Morfoanatomia dos órgãos vegetativos de Mandevilla atroviolacea (Stadelm.) Woodson (Apocynaceae, Apocynoideae) em um afloramento rochoso no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Lopes, Karina Lucas Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática
Mestrado em Botânica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2578
Resumo: Mandevilla atroviolacea (Apocynaceae, Apocynoideae) é uma liana caracterizada pela presença de látex nos órgãos vegetativos, pelas flores vistosas e por sistema subterrâneo desenvolvido. No Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB), M. atroviolacea ocorre de forma isolada ou formando populações de indivíduos em um afloramento rochoso a 1400m de altitude. Normalmente as plantas ocorrentes nesses locais apresentam adaptações à falta de água e à escassez de substrato. O trabalho teve como objetivo caracterizar morfo-anatomicamente os órgãos vegetativos de M. atroviolacea ocorrente em um campo de altitude no (PESB), com ênfase na caracterização do sistema de laticíferos e do sistema subterrâneo, visando identificar estruturas que possam auxiliar na interpretação das estratégias adaptativas da espécie, bem como aquelas de valor taxonômico. Amostras de ápice caulinar e radicular, folha, caule e raízes tuberosas, bem como regiões do hipocótilo e do órgão tuberoso de plantas obtidas de indivíduos jovens e adultos foram coletados num afloramento rochoso do PESB. Posteriormente, essas amostras foram fixadas em glutaraldeído 2% em solução tampão fosfato de sódio 0,1 M pH 7,0 de Sorenson, desidratadas em série etílica e incluídas em historresina. Foram realizadas secções com auxílio de micrótomo rotatório, entre 7-10μm de espessura, os cortes corados com azul de toluidina em pH ácido e as lâminas montadas com resina sintética. Testes histoquímicos foram realizados em amostras frescas de folhas, caules e raízes, seccionadas em micrótomo de mesa e as lâminas montadas com glicerina 50%. O sistema subterrâneo de M. atroviolacea corresponde a um xilopódio na porção proximal com auto-enxertia de ramos e elevada capacidade gemífera e na porção distal um órgão tuberoso de origem caulinar, associado às raízes laterais tuberosas. Nestas, ocorre proliferação das células parenquimáticas corticais e daquelas do floema secundário, formando um tecido relacionado à reserva de água (são raízes suculentas) e de substâncias, principalmente o amido. Os laticíferos de M. atroviolacea são do tipo articulado anastomosado; se originam da atividade do meristema fundamental e/ou do procâmbio e já se encontram em fase secretora desde a sua formação na região meristemática. Nas raízes tuberosas, os laticíferos são originados a partir da atividade do câmbio e/ou felogênio e da desdiferenciação de células parenquimáticas do córtex. A parede dos laticíferos é mais espessa que a das células adjacentes, sendo exclusivamente primária e pectocelulósica. A secreção dos laticíferos contém uma emulsão de substâncias lipofílicas, rica em lipídios neutros, óleo-resinas e borracha. O elevado potencial gemífero e o acúmulo de água e de substâncias de reserva observados no sistema subterrâneo de M. atroviolacea, bem como a presença do látex nos órgãos vegetativos atuando na proteção contra patógenos e herbíboros, representam importantes estratégias para a sobrevivência da espéce às condições adversas as quais está submetida.