Bactérias láticas em silagem de alfafa e desempenho de bovinos de corte alimentados com silagens de estilosantes ou milho, com e sem concentrado proteico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Vanessa Paula da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/22477
Resumo: Objetivou-se com esse trabalho avaliar o perfil de fermentação e a utilização de silagens de leguminosas em dietas de bovinos de corte. Para isso, foram conduzidos três experimentos. O primeiro experimento (capítulo I) foi realizado para avaliar o perfil fermentativo, a composição química e as populações microbianas de silagens de alfafa tratadas com inoculantes microbianos (I) em dois cortes (C). Foi utilizado um esquema fatorial 4 × 2 (quatro inoculantes e dois cortes), em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. Os inoculantes avaliados foram: 1. Sem inoculante (Controle); 2. Lactobacillus plantarum (AV 14.17); 3. Mistura de L. plantarum, L. brevis e P. acidilactici (Combo); e 4. Inoculante comercial (IC). Todos os inoculantes foram aplicados na taxa de 10 6 UFC/g MN de forragem. Os inoculantes usados nos tratamentos 2 e 3 foram selecionados de estudo prévio com silagens de alfafa. Os cortes foram realizados em janeiro (corte 1) e março (corte 2) de 2016. Foram usados os mesmos inoculantes e procedimentos para ensilagem em ambos os cortes. O menor pH foi encontrado para as silagens tratadas com a cepa AV 14.17, enquanto o teor de nitrogênio amoniacal foi maior para a silagem controle no corte 2. O pH e a concentração de nitrogênio amoniacal foram menores nas silagens do corte 2, com médias de 4,34 e 59,86 g/kg N total, respectivamente. No corte 2 a silagem tratada com a cepa AV 14.17 apresentou maior teor de carboidratos solúveis residual. Foi observada maior recuperação de matéria seca na silagem controle no corte 1 em relação ao corte 2 (974,4 vs. 950,4 g/kg MS). Na avaliação da composição química, o teor de matéria seca foi maior para as silagens tratadas com os inoculantes microbianos em relação à silagem controle e o teor de proteína bruta apenas diferiu entre os cortes, com maiores valores para o corte 2. Houve efeito de interação I × C sobre os teores de FDN e FDA. Silagens produzidas no corte 1 apresentaram menores valores de FDN e FDA quando tratadas com o inoculante comercial e o combo, respectivamente. O teor de NIDA não diferiu entre as silagens. Foi observado maior teor de ácido lático e menor teor de ácido acético nas silagens produzidas no corte 2. Houve efeito de interação I × C sobre a relação ácido lático: ácido acético, sendo registrado maior valor na silagem tratada com a cepa AV 14.17 no corte 2. Houve efeito de interação I × C na população de leveduras, com menor contagem para o inoculante comercial no corte 2. As contagens de bactérias láticas foram maiores e de fungos menores no corte 1. A cepa AV 14.17 reduz o pH e o teor de nitrogênio amoniacal e aumenta a relação ácido lático: ácido acético em silagens de alfafa produzidas em condições tropicais, apresentando potencial de uso como inoculante. Nos outros dois experimentos (capítulo II), foram avaliados a digestibilidade, fermentação ruminal, utilização do nitrogênio e o desempenho de bovinos de corte alimentados com dietas contendo silagem de Stylosanthes cv. Campo Grande (StS) ou de milho (SM) e dois concentrados, sem (C1) ou com farelo de soja (C2). Foi utilizada relação forragem: concentrado de 50:50, na base da matéria seca. No primeiro experimento, quatro bovinos com peso médio de 200 ± 15,7 kg, fistulados no rúmen e abomaso, foram distribuídos em delineamento em quadrado latino, em arranjo fatorial 2 × 2, sendo dois volumosos (StS ou SM) e dois concentrados (C1 ou C2). O experimento foi constituído de quatro períodos experimentais com duração de 16 dias cada. No segundo experimento, dietas semelhantes foram avaliadas em 48 bovinos da raça Nelore com peso médio de 358 ± 30 kg, distribuídos em arranjo fatorial 2 × 2, no delineamento inteiramente casualizado, com 12 repetições. O período experimental teve 99 dias de duração, dos quais 15 dias foram para a adaptação e 84 para a coleta de dados. No primeiro experimento, as digestibilidades ruminal, intestinal e total dos nutrientes não foram influenciadas pelas dietas (P > 0,05). Os consumos de CNF e NDT foram maiores (P < 0,05) para as dietas contendo SM. O consumo de FDNi foi maior para as dietas contendo StS (P < 0,05). Houve tendência (P < 0,10) de maior consumo de MS, PB, MO e FDN para as dietas contendo SM. O tipo de concentrado afetou o consumo de nitrogênio, sendo maior valor obtido para a dieta contendo C2 (P = 0,03). O balanço de nitrogênio foi maior para a dieta contendo SM (P = 0,047). Houve tendência (P < 0,10) de maior síntese de proteína microbiana para as dietas contendo SM e de interação para a eficiência microbiana, sendo maior para a SM com o C2. No segundo experimento, os consumos de MS, MO, PB e FDN foram afetados pelo concentrado, sendo maiores (P < 0,05) para o C2. Os consumos de FDNi e de EE foram maiores (P < 0,05) para as dietas com StS. As dietas contendo SM apresentaram maior consumo de CNF (P < 0,05) e tendência de maior consumo de FDN (P =0,06). A digestibilidade aparente total dos nutrientes não foi afetada (P > 0,05) pelas dietas. Os ganhos médios diários de peso e de carcaça foram maiores (P < 0,05) para as dietas contendo C2, com médias de 1,3 kg e 0,81 kg, respectivamente. No entanto, houve tendência (P = 0,07) de maior eficiência alimentar para as dietas contendo SM. O rendimento de carcaça não foi afetado (P > 0,05) pelas dietas. Desta forma, conclui-se que a StS não altera os GMD e GMDC em bovinos de corte na fase de terminação, podendo substituir a silagem de milho, sem alterar a amônia e o pH ruminal. No entanto, deve-se manejar a fonte de concentrado de forma a não prejudicar os parâmetros produtivos.