Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Martins, David dos Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7839
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Resumo: |
O objetivo deste estudo foi conhecer a diversidade e a distribuição geográfica das espécies de moscas-das-frutas no estado do Espírito Santo, identificar suas plantas hospedeiras, avaliar o status de Coffea arabica L. e C. canephora Pierre ex A. Froehner como hospedeiras, determinar a relação da doença meleira-do-mamoeiro com a infestação da praga em frutos de mamão e a condição da região produtora de mamão do Espírito Santo como de baixa prevalência de tefritídeos. Os tefritídeos foram coletados com armadilhas McPhail e Jackson, de julho de 1993 a julho de 2010, em 288 localidades de 74 municípios do estado do Espírito Santo. Um total de 88.226 exemplares de Ceratitis capitata (Wied.) e 134.122 espécimes de 41 espécies de Anastrepha foram capturados. A riqueza de espécies de Anastrepha foi maior na região Nordeste e a menor na região Sul-Caparaó. Ceratitis capitata ocorreu em todas as regiões, com maior abundância nas regiões mais altas e menor nas de baixas altitudes. Ceratitis capitata e Anastrepha fraterculus (Wied.) foram as mais frequentes e, com A. obliqua (Macquart) e A. distincta Greene, as de mais ampla distribuição no Estado. No período de março de 1997 a julho de 2010, coletaram-se 184.801 frutos (1.665 kg) em 1.663 amostras de 202 espécies de 52 famílias botânicas. Destas, 56 espécies de 17 famílias foram estabelecidas como hospedeiras para 14 espécies de Anastrepha e 29 espécies de planta de 14 famílias para C. capitata. Cinquenta e três novas associações de plantas hospedeiras foram estabelecidas para 11 espécies de Anastrepha. Novas espécies de tefritídeos foram registradas para nove famílias de plantas: A. amita Zucchi em Myrtaceae (Myrcia lineata (O. Berg) Nied.), A. bahiensis Lima em Rosaceae (Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl.), A. dissimilis Stone em Myrtaceae (Psidium guajava L.), A. distincta em Oxalidaceae (Averrhoa carambola L.) e Rosaceae (Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl.), A. obliqua em Cucurbitaceae (Cucurbita pepo L.), Fabaceae (Inga edulis Mart.), Muntingiaceae (Muntingia calabura L.) e Passifloraceae (Passiflora edulis Sims), A. serpentina (Wied.) em Oxalidaceae (Averrhoa carambola L.), A. sororcula Zucchi em Malpighiaceae (Malpighia glabra L.) e A. zenildae Zucchi em Rubiaceae (Coffea canephora Pierre ex A. Froehner). A infestação de mosca-das-frutas em Muntingiaceae é relatada pela primeira vez no Brasil. A família Myrtaceae teve o maior número de hospedeiros de moscas-das-frutas. Anastrepha fraterculus, C. capitata e A. obliqua infestaram o maior número de hospedeiros. Ceratitis capitata e A. fraterculus foram os tefritídeos de maior ocorrência nas 139 propriedades de café arábica e 87 de ‘Conilon’ amostradas em 25 municípios, sendo a primeira, a mais frequente. A baixa infestação de moscas-das-frutas em C. canephora (‘Conilon’) deve-se às características físicas de seus frutos, tendo o pequeno tamanho e a pouca espessura do mesocarpo como fatores limitantes para o desenvolvimento das larvas. Os índices de infestação natural no café arábica foram 45 vezes maiores que os de ‘Conilon’, demonstrando que C. arabica é um hospedeiro extremamente favorável e importante como repositório natural de tefritídeos. No mamão, a principal fruta de exportação do Espírito Santo, a relação entre a infestação da mosca-da-fruta e a evolução da doença meleira-do-mamoeiro, causada pelo Papaya meleira virus – PmeV, foi direta. Quatro semanas, após o aparecimento dos sintomas visuais da meleira na planta, é o período máximo de segurança para se realizar o roguing das plantas doentes e evitar a infestação de frutos pela mosca-das-frutas. A meleira reduziu o nível de benzil isotiocianato (BITC) no fruto do mamoeiro, o qual está associado à resistência as moscas-das-frutas. Populações de C. capitata e Anastrepha spp. avaliadas do Programa de Exportação do Mamão para os Estados Unidos, foram muito baixas durante todo o ciclo da cultura em 495 pomares comerciais no Norte do Espírito Santo. Do total de 35.052 coletas semanais, em 95,8% não apresentaram C. capitata e 86,7% nenhum espécime de Anastrepha. As densidades populacionais, em 99,8% das coletas efetuadas, estiveram abaixo do nível de segurança do Programa de Exportação (MAD < 1). Esses resultados, de acordo com as Normas Internacionais de Medidas Fitossanitárias da FAO, mostram que o mamão cultivado na região Norte do estado do Espírito Santo, está em área de baixa prevalência de moscas-das-frutas e com forte indicativo para o estabelecimento de uma ABP - Área de Baixa Prevalência de Moscas-das-frutas. |