Estruturas secretoras em Banisteriopsis muricata (Cav.) Cuatrec. (Malpighiaceae): aspectos estruturais, químicos e ecológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Nery, Lays Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática
Mestrado em Botânica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2563
Resumo: Banisteriopsis muricata (Malpighiaceae) ocorre em todos os domínios fitogeográficos do Brasil e apresenta populações mistas constituídas flores com cálice glandulado e eglandulado, pétalas posteriores com fímbrias glandulosas, glândulas no conectivo das anteras e nectários extraflorais. Assim, o presente estudo propõe analisar a anatomia e a composição química das glândulas florais e foliares de B. muricata, e o papel destas estruturas sobre a atração de polinizadores e demais visitantes. Botões florais, flores em antese e folhas em diferentes estádios de desenvolvimento foram processados de acordo com técnicas usuais em microscopia de luz e microscopia eletrônica de varredura. A natureza química da secreção foi determinada por testes histoquímicos e químicos e a funcionalidade foi observada em campo. As glândulas calicinais desenvolvem-se na face abaxial das sépalas, se constituem por epiderme secretora unisseriada, cutícula espessa e parênquima secretor vascularizado por xilema e floema. A secreção que acumula-se no espaço subcuticular conspícuo compõe-se apenas por glicose. As glândulas do conectivo das anteras se constituem de duas regiões distintas, uma secretora e uma região não secretora. A epiderme de ambas as regiões é constituídas por células volumosas com cutícula e paredes delgadas. As células da epiderme secretora acumulam proteínas e polissacarídeos, que são liberados pela ruptura dos poros, o que parece ser efeito do contato com o corpo de polinizadores. As fímbrias glandulosas das pétalas posteriores possuem características anatômicas semelhantes às das glândulas calicinais, não apresenta nenhuma secreção, mas acumulam antocianinas. As glândulas calicinais de B. muricata não constituem elaióforos e sim nectários; as glândulas das pétalas atuam como sinalizadores para visitantes florais e a secreção liberada pelas glândulas do conectivo constituem um veículo de transferência de grãos de pólen. As folhas apresentam NEF que se desenvolvem na face abaxial. Os NEF são do tipo elevado e constituídos por epiderme secretora unisseriada, parênquima nectarífero com poucas camadas de células e parênquima subnectarífero vascularizado. Não se observou poros ou rupturas cuticulares para liberação da secreção que se acumula no espaço subcuticular. A secreção é escassa, viivi viscosa e apresenta glicose, pectinas e proteínas. A observação da visita de formigas reforçam a ocorrência da interação inseto-planta e o papel de proteção contra herbivoria. A ocorrência de flores com cálice glandulado e eglandulado, a ausência de elaióforos, a presença de pétalas de orientação, glândula no conectivo sugerem que B. muricata pode estar desenvolvendo novas estratégias de atração de polinizadores.