Ecologia de Mimosa Pogocephala benth. (Fabaceae), uma espécie endêmica dos Campos Rupestres do estado de Minas Gerais
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Botânica |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/33662 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2025.086 |
Resumo: | O Quadrilátero Ferrífero (QF) está situado na porção sul da Cadeia do Espinhaço, que corta o estado de Minas Gerais no sentido norte-sul, possui relevo estrutural e paisagem fortemente controlada pela resistência das rochas quartzíticas e itabiríticas entremeadas de xistos e filitos e que formam a “moldura” quadrangular desta região constituindo uma feição geomorfopedológica rara no planeta, de grande interesse para a sociedade. Tal formação comporta ambientes naturais diversos - florestais e campestres - os quais são encontrados lado a lado, colonizados por plantas distintas, raras, endêmicas e de distribuição geográfica restrita. Vários pesquisadores vêm estudando a vegetação do QF e confirmando a sua singularidade ecológica. Alternam-se, na sua superfície, afloramentos de quartzitos e itabiríticos que proporcionam uma surpreendente variação da paisagem, ora com cristas e escarpas rugosas típicas dos primeiros, ocupadas por plantas de ambientes rupestres, ora com montanhas arredondadas e superfície uniforme, forradas por plantas herbáceas e arbustivas mais homogêneas que formam um tapete contínuo. A espécie Mimosa pogocephala Benth. (Fabaceae), considerada por alguns autores como endêmica de canga e itabirito do Quadrilátero Ferrífero é aqui apresentada sob uma abordagem ecológica, fundamentada na análise de dados referentes a levantamentos de campo realizados em três unidades de conservação de diferentes categorias – duas propriedades da empresa Vale S/A, uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e uma propriedade destinada a proteção ambiental e também em um Parque Estadual de Minas Gerais, situados no Quadrilátero Ferrífero, MG: RPPN Córrego Seco, Reserva de Capivary II e Parque Estadual da Serra do Rola Moça (PESRM). O presente estudo teve como objetivo avaliar os aspectos ambientais, dos locais de registros de Mimosa pogocephala Benth., relacionados à cobertura vegetal e características edáficas, e como hipótese, relacionar o endemismo de Mimosa pogocephala Benth. aos diferentes complexos rupestres existentes em Minas Gerais e não somente ao Campo Rupestre Ferruginoso. Nos locais onde a espécie foi registrada a cobertura vegetal foi classificada como Cerrado Campo Sujo – Campo Rupestre Quartzítico e Campo Rupestre Ferruginoso. A composição fitossociológica da vegetação de portes arbustivo e herbáceo foi determinada através da implantação de parcelas distribuídas conforme a ocorrência de Mimosa pogocephala Benth. e caracterizada através da determinação da composição de espécies, quantidade de indivíduos, diâmetro na altura do solo, altura e grau de cobertura. As características edáficas de cada área foram definidas a partir de um perfil de solo representativo, de análises de parâmetros físicos e químicos do solo e da aferição de profundidade do solo em cinco pontos diferentes estabelecidos em quatro parcelas amostrais demarcadas em cada área de estudo. Os ambientes estudados apresentaram solos medianamente rasos classificados como: Neossolo Litólico Distrófico típico (RPPN Córrego Seco); Neossolo Litólico Húmico típico (Reserva de Capivary II) e Plintossolo Pétrico Concrecionário típico (Parque Estadual da Serra do Rola Moça). As relações da composição florística e fitossociológica entre as áreas estudadas foram avaliadas através de uma análise multivariada utilizando a distância de dissimilaridade de bray-curtis. As características dos solos nas áreas estudadas foram interpretadas através de uma análise de componentes principais (PCA), teste de kruskal-Wallis para as variáveis do solo não paramétricas e teste de Mann- Whitney utilizando a correção de Bonferroni para avaliação das diferenças significativas. Utilizamos as principais variáveis encontradas para avaliar as correlações existentes em relação a abundância das espécies vegetais encontradas em cada parcela amostrada a partir de uma análise de correspondência canônica (CCA). Utilizando análises de correlação avaliamos a abundância e altura dos indivíduos de Mimosa pogocephala Benth. entre si e sua dominância absoluta por parcela em relação a dominância absoluta por parcela das espécies vegetais registradas em todas as parcelas amostradas e em relação aos resultados das análises de correspondência canônica (CCA). As análises foram realizadas utilizando o programa R. A espécie Mimosa pogocephala Benth. foi registrada em todas as parcelas amostrais do presente estudo e em áreas de formações Quartzíticas e Ferríferas em altitudes que variaram entre 1380 e 1501 m. Os resultados obtidos neste estudo indicaram que Mimosa pogocephala Benth. não é endêmica da canga ferruginosa e a importância de se ampliar as pesquisas relacionadas à espécie. Palavras-chave: Canga ferruginosa.; Campo Rupestre Quartzítico. ; Quadrilátero Ferrífero.; Endemismo. |