Uso de geotecnologia na detecção e espacialização de incêndios e queimadas no Estado de Minas Gerais
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Solos e Nutrição de Plantas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/33821 |
Resumo: | As queimadas são grandes modificadoras da paisagem além de alterar a dinâmica da biodiversidade, de propriedades da atmosfera e sobretudo dos solos e seus constituintes. O estudo do fogo, seja ele advindo de queimadas naturais ou antrópicas, é um objeto de estudo importante de diversas áreas do conhecimento, fundamental para entender como se dá sua espacialização, bem como entender suas causas e consequências no ambiente. Porém, na maioria das vezes, estes estudos são realizados pontualmente devido às dificuldades técnicas e financeiras de analisar extensas áreas. Neste sentido, o geoprocessamento torna-se uma ferramenta essencial quando o objeto de estudo são áreas mais abrangentes e/ou de difícil acesso. A análise de focos de calor obtidas de imagens de satélite podem ser um meio eficiente para conhecer a distribuição de queimadas sobre o espaço a fim de criar medidas de intervenção para amenizar o efeito do fogo sobre a fauna e a flora. Entretanto, a base de dados de focos de calor disponibilizada pelo INPE possui redundâncias em sua informação uma vez que uma mesma queimada pode ser identificada por diversos satélites. Quando se opta por analisar focos de calor captados por apenas um satélite pode haver subestimação de informação devido a sua resolução temporal quando se trata de satélites de órbita polar ou de limitação na captura de pequenas áreas queimadas causada pela baixa resolução espacial quando se trata de satélites de órbita geoestacionária. Além de amenizar as redundâncias de focos de calor disponibilizados pelo INPE, este trabalho teve como objetivo analisar a distribuição espacial de focos no estado de Minas Gerais para o período de 2001 a 2013 de acordo com variáveis do meio físico como altitude, solos, radiação solar, proximidade com rodovias e cursos hídricos avaliando também a densidade de focos no estado através do Índice de Densidade Kernel. Com o auxílio de imagens dos satélites Landsat 5, ResourceSat-1 e imagens do Google Earth além de avaliar o tempo de permanência das cicatrizes nos três biomas presentes no estado de Minas Gerais analisou-se também a eficiência dos satélites na captura de queimadas de diferentes extensões. Para eliminar a redundância de focos de calor para uma mesma cicatriz foi realizado processamentos no programa ArcGis 10.1 que eliminou cerca de 40% de focos que inicialmente somavam 439.113 focos para a série de 13 anos. Das cicatrizes analisadas através de imagens do Google Earth foi constatado que os sensores Aqua e Terra foram mais eficientes na captura de focos em detrimento de outros sensores. Cicatrizes com tamanho inferior a 1 ha não são detectadas e o número de focos capturados pelos satélites é diretamente proporcional com o aumento do tamanho da queimada. A proximidade de cursos hídricos e rodovias em geral influenciam a concentração de focos de calor de forma que quando mais próximo maior a concentração devido principalmente a atuação humana. O tipo de solo influencia de forma sistemática a concentração de focos devido suas características de capacidade de armazenamento de água bem como a diferença de altitude. A radiação solar não se mostrou influenciável na concentração de focos enquanto os biomas possuem função característica nessa espacialização principalmente em razão da diferença climática entre eles. Através de imagens do satélite Landsat 5 e ResourceSat-1 sobre os biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica foi analisado o tempo que a vegetação necessita para se reabilitar deixando de existir sobre ela caraterísticas da combustão da vegetação anterior. Foram identificadas 19 cicatrizes no bioma Caatinga e na Mata Atlântica e 46 cicatrizes no Cerrado. Observou-se que na Caatinga o período de duração das cicatrizes é superior às dos demais biomas podendo alcançar 128 dias enquanto para o cerrado são necessários em média 87 dias e para a Mata Atlântica 73 fato que pode ser explicado devido a diferença na média de precipitação anual entre estes biomas. A presença de nuvens sobretudo no bioma Mata Atlântica dificultou a identificação e acompanhamento de cicatrizes além de alterar valores do NDVI da vegetação sobre as cicatrizes. A dificuldade para obtenção de imagens sem nebulosidade para uma mesma cena de meses consecutivos explica esta dificuldade. |