Gênese, Geoquímica e Mineralogia de Solos Ácidos Sulfatados do Delta do Rio Doce, Espírito Santo, Brasil
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Solos e Nutrição de Plantas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/32415 |
Resumo: | Solos ácidos sulfatados (SAS), em seu sentido mais amplo, têm sido aplicados a solos nos quais o ácido sulfúrico será produzido, ou tenha sido produzido em quantidades suficientes para ter um efeito duradouro nas propriedades químicas e mineralógicas do solo. Entre estas, a dissolução de várias fases minerais é esperada, possibilitando a liberação de elementos que podem impactar drasticamente o ambiente. No entanto, uma variedade de elementos potencialmente tóxicos pode ser incorporada na estrutura de minerais contendo Fe e S, devido as variações redox destes ambientes. No delta do rio Doce, a ocorrência de SAS é esperada devido aos processos costeiros envolvidos em sua formação. Na área de estudo, o desenvolvimento destes solos foi influenciado pela construção de um amplo sistema de canais de drenagem para a utilização agrícola e pecuária da área drenada. Apesar do sistema de drenagem, inundações recorrentes são registradas devido às características climáticas sazonais e as baixas altitudes. Assim, o objetivo desta pesquisa é compreender a dinâmica e o estado de desenvolvimento de solos ácidos sulfatados no delta do rio Doce, Espírito Santo, Brasil. Para isto, foram realizadas análises químicas e mineralógicas no solo, caracterização química da solução do solo. Além de análises na água e nos sedimentos dos canais de drenagem. Na área, as principais classes de solos que ocorrem são Gleissolos e Organossolos Tiomórficos. Os valores de pH, de saturação por bases e a alta concentração de Al3+, associados à presença de jarosita, são os principais indicadores da sulfurização nos solos. A expressividade da jarosita é dependente da intensidade de lixiviação dos produtos de oxidação dos sulfetos. Em profundidade, a permanência destes minerais sulfetados, especificamente a pirita, contém elevada carga de acidez líquida. A presença de pirita residual é atribuída à sua resistência em comparação a outros minerais sulfetados e a amenização de sua oxidação nos ciclos de inundação. Sob inundação, a geração de alcalinidade proveniente da redução dos minerais contendo Fe3+ é insuficiente para mitigar as características resultantes da sulfurização, mantendo uma solução do solo com alta concentração de acidez e metais, principalmente Al e Fe, que influenciam drasticamente os corpos d'água circundantes. A mineralogia do solo é composta principalmente por caulinita e gibbsita na fração argila. A origem desses minerais está associada aos sedimentos que formaram a área e a processos in situ de monossialitização e alitização após a oxidação dos sulfetos. As caulinitas apresentaram baixa cristalinidade pelos diferentes índices estudados, porém estes valores foram maiores quando aplicado um índice específico para solos ácidos. Entre os solos estudados, a concentração total de elementos traço foi influenciada principalmente pela granulometria e pelo teor de carbono orgânico total. A maioria dos elementos traço está associada a hidróxidos cristalinos de Fe, sendo registradas diferenças nos valores quando comparadas as metodologias utilizadas para extração sequencial. Esta indica uma interdependência entre a mobilidade destes elementos e as reações de dissolução e precipitação envolvendo os minerais de Fe e S. Palavras-chave: Sulfurização. Jarosita. Elementos traço. Extração sequencial. |