Fontes alternativas de nutrientes em associação com plantas de cobertura e manejo agrícola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Morais, Keise Duarte Bacelar de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br//handle/123456789/26202
Resumo: A agricultura brasileira é dependente da importação de insumos agrícolas. O uso inadequado de fertilizantes e o consumo de alimentos crescente no Brasil faz com que a dependência externa de nutrientes aumente cada vez mais. Além disso, o uso intenso de fertilizantes tem gerado problemas ambientais relevantes para a sustentabilidade dos ecossistemas. Nesse contexto, torna-se necessário o desenvolvimento de novas tecnologias que resultem em menores perdas de nutrientes. A técnica da rochagem utiliza pós de rocha como fonte alternativa de nutrientes, porém a liberação é lenta, se comparada aos fertilizantes químicos. As rochas silicatadas são as mais utilizadas por essa técnica por serem ricas em potássio (cerca de 90% oriundo da importação) e terem potencial para uso agrícola tanto para fornecer elementos minerais como para melhorar atributos químicos e biológicos do solo. O manejo tradicional utiliza altas doses de fertilizantes e revolve intensamente o solo levando a perdas de nutrientes, e redução nos níveis da matéria orgânica do solo, além de perda na biodiversidade, resultando em solos com baixa qualidade química, física e biológica. Portanto, torna-se necessário o desenvolvimento de novas tecnologias que resultem em menores impactos ambientais e contribua para uma menor importação de fertilizantes. Neste sentido, os objetivos deste trabalho foram avaliar a capacidade de plantas de cobertura de intemperizar fontes minerais alternativas de potássio e avaliar o impacto do manejo agrícola sobre a capacidade de manutenção de serviços ecossistêmicos do solo. Dois experimentos foram planejados em casa de vegetação. O primeiro experimento foi planejado para avaliar a biodisponibilização total de nutrientes dos pós de rocha através de plantas de cobertura com capacidade biointempérica. Para tanto, seis plantas de cobertura, em sucessão a uma cultura comercial (milho) foram semeadas em vasos e estes montados em delineamento em blocos casualizados (DBC) num esquema fatorial (7x2x2)+1, cujo primeiro fator foram seis plantas de cobertura, o segundo duas fontes alternativas de potássio (verdete e fonolito), e o terceiro duas estratégias de aplicação (antecipado e não-antecipado). Foram analisados os conteúdos de K e Si na parte aere das plantas de cobertura e milho, e também no solo. Os resultados indicam o fonolito, em relação ao verdete, como rocha de maior capacidade de suprir plantas com silício e que plantas ajudam nesse processo, crotalária e guandu auxiliam na liberação de Si do fonolito e K do verdete para as plantas de milho. Além disso, mostrou que a biodisponibilização total dos nutrientes é afetada por verdete e fonolito e pela interação entre plantas de cobertura e fonte de K. O segundo experimento foi planejado para mensurar o efeito do manejo agrícola sobre a depreciação do serviço de promoção do crescimento de plantas. Para isso, foram realizados comparativos de manejo e uso do solo. O experimento foi montado em delineamento inteiramente ao acaso, em fatorial 4 x 3 com quatro repetições. O primeiro fator foi constituído de quatro condições de uso e manejo do solo (solo sob manejo intensivo, solo sob manejo intensivo com reintrodução de microbiota nativa, solo sob cerrado sem uso agrícola e solo de cerrado previamente submetido a ações de simulação do manejo agrícola). O segundo fator foi constituído de três espécies de plantas (feijão, milho e beterraba). As plantas foram conduzidas até o florescimento quando a capacidade do solo de suprir nutrientes e de conservar a matéria orgânica foi avaliada pela determinação dos teores de P e K disponíveis, fixação de P e pela sua capacidade de sustentar microrganismos benéficos, como fungos micorrízicos arbusculares e bactérias fixadoras de nitrogênio, e para isto cultivou-se soja em sequência as três culturas. A colonização micorrízica no feijão e no milho foi menor no sistema de manejo cerrado agrícola com simulação do manejo intensivo, houve incremento nos teores de C orgânico no cultivo do manejo intensivo do como com reintrodução da microbiota, sendo este efeito devido a fração microbiana do solo. Incrementos de P e K foram verificados nos manejos cerrado e manejo intensivo com reintrodução da microbiota. O impacto negativo do manejo agrícola do solo promove alterações na capacidade de manutenção dos serviços ecossistêmicos presados e contribui para menor sustentabilidade.