Juventude rural e emoções: fatores subjetivos de valorização do campo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Barasuol, Aline
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8264
Resumo: Evidencia-se que inúmeros discursos, por vezes antagônicos, sobre valorização, desvalorização e revalorização do mundo rural estão sendo difundidos na sociedade brasileira. À vista disso, esta investigação priorizou o eixo de valorização positiva sobre o rural, identificando e visualizando a dinâmica das representações dos jovens que vivem nesse espaço. Fundamenta-se aqui o olhar para a subjetividade do jovem, entendendo as diversas relações vivenciadas – consigo, com a família, com o meio e com o mundo. Dessa forma, procurou-se compreender os aspectos subjetivos envolvidos na elaboração dos projetos futuros da juventude rural, considerando que a subjetividade está fundamentalmente correlacionada aos fatores emocionais (emoções e sentimentos) e às escalas valorativas que orientam a leitura juvenil sobre o mundo. Para tanto, objetivou-se nesta dissertação compreender as representações e emoções positivas sobre o rural contemporâneo que influenciam na elaboração dos projetos de vida dos jovens de Derrubadas/RS. Como suporte teórico baseou-se na Sociologia da Juventude, na Teoria das Representações Sociais e na Sociologia e Antropologia das Emoções. Além da pesquisa bibliográfica, utilizou-se a pesquisa de campo, buscando a combinação de estratégias para a coleta de dados que envolveram três intervenções principais com jovens voluntários: entrevista individual, construção individual de mapa do projeto de vida e grupo focal. As intervenções se deram com os mesmos jovens, formando assim um “grupo principal de análise” com doze jovens do município. A estruturação desta investigação configura-se da seguinte maneira: inicialmente a parte introdutória que apresenta o delineamento geral da pesquisa, bem como o percurso metodológico percorrido pela pesquisadora; já no primeiro capítulo contextualiza-se o lócus da pesquisa e traça-se o perfil geral dos sujeitos participantes desta investigação; no capítulo 2 são abordadas as diversas visões acerca do mundo rural (científica, midiática e literária), inclusive as próprias representações dos jovens entrevistados sobre esse meio; no capítulo 3 reflete-se principalmente sobre o debate da(s) juventude(s) rural(is), a percepção dos envolvidos acerca da juventude e juventude rural e ainda os projetos de vida mapeados; por fim, no quarto capítulo apresenta-se o debate que envolve a Sociologia e a Antropologia das emoções destacando os sentimentos revelados pelos jovens de Derrubadas em relação ao meio rural. Quanto aos resultados encontrados, observou-se uma forte e positiva relação dos jovens com o meio rural e com o lugar onde vivem. A forma como os participantes da pesquisa se expressam (o modo de falar, os suspiros, o olhar, os silêncios e os ruídos) quando se referem ao campo demonstra o “gostar” e o “apreço” pelo seu modo de vida. Além disso, foram evidenciados fatores subjetivos em seus projetos futuros, tanto nas projeções em longo prazo quanto no momento atual de sua vida, indicando também emoções positivas envolvidas nessa fase de vida. As principais emoções vinculadas ao meio rural foram: alegria e prazer. Por fim, observou-se que para essa “gurizada” permanecer no campo é um desejo, uma escolha e não uma fatalidade.