Estruturas secretoras florais em Lophopterys floribunda W. R. Anderson & C. C. Davis (Malpighiaceae): novas descobertas, diversidade e implicações para a taxonomia e ecologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sanches, Miller Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Botânica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/30192
Resumo: R. Anderson & C. C. Davis é uma Malpighiaceae Neotropical, endêmica do Brasil, que ocorre na Floresta Amazônica e na Floresta Atlântica. Apresenta uma única e grande glândula suas sépalas laterais, diferentemente da maioria das espécies Neotropicais em que suas sépalas são normalmente biglandulosas. No campo foram registradas visitas de insetos em outras partes da inflorescência de Z. floribunda, sugerindo a existência de outras estruturas secretoras. Assim, o objetivo do trabalho foi descrever a glândula sepalar de Z. floribunda e averiguar a existência de outros tipos de estruturas secretoras na inflorescência e na flor. Com base na visitação dos insetos, amostras de sépalas, pétalas, brácteas, bractéolas e do conectivo da antera foram coletadas e submetidas as técnicas usuais para observação ao microscópio de luz. Osmóforos foram observados no conectivo da antera, constituídos por células epidérmicas volumosas repletas de vesículas cujo conteúdo reagiu aos testes de detecção de compostos lipídicos, proteinas e polissacarídeos, indicando ser a estrutura responsável pelo aroma exalado pelas flores. Nas sépalas laterais foram encontrados elaióforos do tipo epitelial, com epiderme irregular formando invaginações, produzindo secreção predominantemente lipídica coletada por abelhas da tribo Centridinae. As glândulas das pétalas são coléteres do tipo padrão que apresentam atividade precoce, cuja secreção é constituída por proteínas e polissacarídeos que contribuem para a manutenção do botão floral fechado em estádios de pré-antese, protegendo a flor contra a dessecação e ataque de patógenos. Diminutos nectários foram, pela primeira vez, descritos no ápice das bractéolas e brácteas, sendo o exsudado proteico/polissacarídico consumido por formigas que mantém interação mutualística com a planta. Os resultados indicam a produção de compostos envolvidos com as inter-relações da espécie que carecem de estudos ecológicos. A diversidade de estruturas secretoras relatadas tem potencial aplicação em estudos taxonômicos e filogenéticos em Malpighiaceae