Efeito da farinha de sorgo (Sorghum bicolor L.) extrusado na esteatose hepática, na microbiota intestinal, na inflamação e no estresse oxidativo em ratos obesos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sousa, Andressa Rodrigues de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br//handle/123456789/25758
Resumo: O consumo de dietas hiperlipídicas está associado ao desenvolvimento da obesidade e outras complicações metabólicas, em parte, por promover alterações na composição da microbiota intestinal. A farinha de sorgo extrusado (FSE), obtida a partir do grão de sorgo marrom (Sorghum bicolor L.), genótipo SC 319, é um cereal rico em fibra alimentar, compostos bioativos e antioxidantes, que pode exercer efeitos benéficos à saúde por modular positivamente a microbiota intestinal e os sintomas associados a obesidade. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito da FSE na biometria, na esteatose hepática, na microbiota intestinal, nos marcadores inflamatórios e no estresse oxidativo em ratos obesos. Ratos machos adultos Wistar (n=32) foram incialmente divididos em dois grupos de alimentação: grupo AIN-93M como controle eutrófico (n = 8) e grupo HFD (dieta hiperlipídica; n = 24) para indução da obesidade, por sete semanas. Ao final desse período, o grupo AIN-93M foi mantido, e os animais obesos foram redistribuídos em três grupos: HFD (n = 8), HFDS50 (HFD + FSE substituindo 50% da fibra alimentar e 100% de amido de milho da dieta; n = 8) e HFDS100 (HFD + FSE substituindo 100% da fibra alimentar e 100% de amido de milho da dieta; n = 8) por oito semanas. Os resultados deste estudo demonstraram que a FSE contribuiu para a redução do índice de massa corporal, bem como o peso do fígado dos animais obesos. Além disso, verificou-se redução da lipogênese hepática nesses animais em virtude do aumento da expressão gênica e dos níveis proteicos do receptor ativado por proliferador de peroxissomas α (PPAR- α) e da expressão gênica do receptor de adiponectina 2 (AdipoR2), associado com a redução da expressão gênica da proteína de ligação ao elemento regulador de esterol 1c (SREBP-1c). As análises histológicas confirmaram a redução do grau de esteatose hepática nos animais alimentados com a FSE. Adicionalmente, a FSE melhorou a composição da microbiota intestinal e o perfil inflamatório por aumentar a proporção do filo Bacteroidetes em razão do filo Firmicutes, além de reduzir a expressão e níveis proteicos do fator de transcrição nuclear kappa B (NF- κB) e resistina. A FSE restaurou a capacidade antioxidante total do plasma reduzindo a peroxidação de lipídios, as espécies reativas e aumentando a expressão gênica da enzima antioxidante superóxido dismutase (SOD) e da proteína de choque térmico 72 (HSP72). Esses resultados indicam que a FSE produzida a partir do genótipo de sorgo de pericarpo marrom foi eficaz para melhorar as medidas biométricas, a lipogênese hepática, modular positivamente a microbiota intestinal, reduzir a inflamação e o estresse oxidativo, podendo, portanto, ser considerada um alimento com potencial funcional na prevenção da obesidade e suas co-morbidades.