Geoambientes na RPPN Capivari II e monitoramento térmico e hídrico em solos de canga ferrífera e quartzito, Quadrilátero Ferrífero Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Ferrari, Lucas Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Fertilidade do solo e nutrição de plantas; Gênese, Morfologia e Classificação, Mineralogia, Química,
Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/5514
Resumo: O Quadrilátero Ferrífero (QF) é uma região montanhosa de ecossistemas bastante peculiares, condicionados pela heterogeneidade da paisagem, composta de substratos geológicos diversos. As rochas mais resistentes e salientes na paisagem, tais como quartzitos e itabiritos, sustentam ambientes rupestres diversificados e com elevado grau de endemismo. A despeito da importância de conservação destes ecossistemas, há muitos anos o minério de ferro é explorado no QF, suprimindo as áreas de canga ferrífera, sendo que ainda são escassos os estudos sobre sua vegetação peculiar, sua relação com o solo e importância ambiental. A região do QF abrange várias unidades de conservação, como por exemplo as Reservas de Proteção ao Patrimônio Natural (RPPN), pertencentes a empresas mineradoras, e que ainda carecem de estudos ambientais integrados, importantes para o manejo adequado dessas áreas e para o fomento de novas pesquisas. Esta pesquisa teve como objetivo geral aprofundar o conhecimento acerca das relações entre solo e vegetação no QF e, nesse sentido, dois capítulos distintos foram desenvolvidos. No primeiro capítulo, foi feita a estratificação geoambiental da RPPN de Capivari II, na qual as unidades geoambientais foram descritas, mapeadas e identificadas, utilizando imagem Ikonos de alta resolução, mapa geológico em programa ArcGIS 10 e viagens de campo. No capítulo 2, objetivouse caracterizar e comparar a dinâmica térmica e hídrica do solo em área de canga e quartzito no QF. Para tal, foi realizado, durante o período de 14 meses, o monitoramento in situ da umidade e da temperatura do solo e da temperatura do ar em quatro ambientes distintos, a saber: Campo Rupestre sobre Canga (CC), Mata sobre Canga (MC), Campo Rupestre sobre Quartzito (CQ) e Mata sobre Quartzito (MQ). O monitoramento da umidade do solo foi baseado no método TDR (do inglês Time Domain Reflectometer), através do qual, por meio de calibração dos sensores em laboratório, valores de tempo de propagação do pulso eletromagnético detectado por sensores instalados no solo foram convertidos em valores de umidade gravimétrica. Perfis de solo representativos de cada ambiente amostrado, tanto na RPPN quanto nos sítios de monitoramento, foram descritos e classificados de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos e as amostras de solo coletadas foram submetidas às análises físicas e químicas de rotina do Departamento de Solos da UFV. A RPPN de Capivari II apresentou 10 unidades geoambientais distintas, em sua maioria representada por solos rasos, pobres, cascalhentos e vegetação campestre; os geoambientes com feições de vegetação florestais e arbustivas ficam restritas às áreas com maior umidade do solo, proporcionada pela profundidade do solo e posição na paisagem, ou às áreas protegidas contra a ação do fogo, devido à rochosidade/pedregosidade do solo. O mapeamento da área revelou também sua fragilidade ambiental, bem como mostrou o quanto é diversificada a paisagem no QF, mesmo em áreas de dimensões restritas. A caracterização da dinâmica térmica e hídrica mostrou a influência da temperatura, da umidade do solo e da profundidade sobre as fitofisionomias de vegetação de canga e quartzito, além da profundidade do solo. Os dados também revelaram a magnitude das variações de temperatura e umidade do solo, que denuncia condições ambientais extremas às quais estão submetidas a vegetação naturalmente adaptada aos ecossistemas rupestres do QF, além de permitir o entendimento mais detalhado da dinâmica pedoclimática destes ambientes. Este estudo mostrou que a utilização do equipamento TDR para a determinação da umidade do solo apresenta alguns desafios metodológicos, desde sua correta instalação no campo até a determinação da densidade do solo, necessária para a calibração dos sensores. Por fim, os estudos aqui detalhados ilustraram as estreitas relações existentes entre solo e vegetação no QF, uma região com notável fragilidade ambiental, ao mesmo tempo em que abrem novos caminhos para investigações mais detalhadas acerca dos mecanismos de adaptação das plantas, naturalmente adaptadas a estes ambientes.