Desempenho e perfil de ácidos graxos do leite de vacas alimentadas com óleo de girassol em dietas à base de cana-de-açúcar
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul Doutorado em Zootecnia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1783 |
Resumo: | O objetivo desse trabalho foi avaliar dietas contendo cana-de-açúcar e óleo de girassol na alimentação de vacas leiteiras. O experimento foi conduzido na Embrapa Gado de Leite. As dietas foram formuladas para serem isoproteicas, com 14,5% de proteína bruta, na base da matéria seca (MS). Foram utilizadas quatro dietas (tratamentos) constituídas de cana-de-açúcar e quatro níveis de óleo de girassol (OG): 0, 1,5; 3,0 e 4,5% na base da MS, com relação volumoso: concentrado de 60:40. No experimento I foram utilizadas 12 vacas Holandês x Gir, multíparas, com produção média de 17±5 kg de leite/dia, peso corporal médio de 500±51 kg, distribuídas em três quadrados latinos 4 x 4, contemporâneos e balanceados para efeito residual. Cada um dos quatro períodos experimentais teve duração de 16 dias, sendo os dez primeiros de adaptação e os demais para as coletas de dados. As vacas foram ordenhadas, mecanicamente, duas vezes ao dia (6:00 h e 14:00 h), e amostras de leite foram obtidas diariamente do 11° ao 16° dia para determinação dos teores de lactose, gordura, nitrogênio total, extrato seco total e extrato seco desengordurado do leite, perfil de ácidos graxos e concentrações de ureia e alantoína. A produção de matéria seca fecal foi obtida com a fibra em detergente neutro indigestível, sendo as amostras coletadas durante seis dias. Não houve efeito (P>0,05) dos níveis de inclusão de OG nas dietas sobre o consumo de matéria seca, a produção de leite corrigida ou não para 3,5% de gordura, e os teores de proteína e lactose do leite. Houve efeito linear decrescente dos níveis de OG sobre os teores de gordura e de sólidos no leite (P<0,05) e sobre a produção de gordura (P<0,05). Houve efeito linear decrescente dos níveis de OG sobre a produção de proteína microbiana. Houve aumento (P<0,05) da concentração plasmática de ácidos graxos não-esterificados, colesterol total e triglicerídeos com o aumento do nível de OG. Foi observada redução (P<0,05) na concentração de ácidos graxos de cadeia curta e média, e concomitantemente houve aumento (P<0,05) na concentração do CLA C18:2 cis-9 trans-11, assim como na concentração de ácidos graxos insaturados na gordura do leite. No experimento II foram utilizadas quatro vacas Holandês x Gir, multíparas, fistuladas no rúmen, com produção média de 15±5 kg de leite/dia e peso corporal médio de 500±39 kg, distribuídas em quadrado latino 4 x 4, balanceado para efeito residual. Cada um dos quatro períodos experimentais teve duração de 19 dias, sendo os dez primeiros de adaptação e os demais para as coletas de dados. As vacas foram ordenhadas, mecanicamente, duas vezes ao dia (6:00 h e 14:00h), e amostras de leite foram obtidas diariamente do 11° ao 19° dia para determinação dos teores de lactose, gordura, nitrogênio total, extrato seco total e extrato seco desengordurado do leite, perfil de ácidos graxos e concentrações de ureia e alantoína. A produção de matéria seca fecal foi estimada com a fibra em detergente neutro indigestível, sendo as amostras coletadas durante seis dias. Não houve efeito (P>0,05) dos diferentes níveis de OG nas dietas sobre o consumo de matéria seca, produção de leite ou teores de proteína e lactose do leite. Porém, houve efeito linear decrescente sobre os teores de gordura e de sólidos no leite (P<0,05) e sobre a produção de gordura (P<0,05). Houve redução (P<0,05) na produção de proteína microbiana, assim como aumento (P<0,05) na concentração plasmática de colesterol total e HDL. Houve redução (P<0,05) na concentração de ácidos graxos de cadeia curta e média e aumento (P<0,05) na concentração do CLA C18:2 cis-9 trans-11, assim com os ácidos graxos insaturados na gordura do leite. A suplementação com OG não alterou o fluxo ruminal de MS, MO, PB e FDNcp. As vacas alimentadas com óleo de girassol apresentaram maiores concentrações de C18:1 trans-4, C18:1 trans 6-8, C18:1 trans-9, C18:1 trans-10, C18:1 trans-11, C18:1 trans-12, C18:1 trans-12 e trans-13, assim como maiores teores de C18:1 cis-13 e C18:1 trans-16 no canal do omaso. Não houve efeito (P>0,05) dos níveis de inclusão de OG nas dietas sobre os parâmetros de degradação da matéria seca e da fibra em detergente neutro, assim como para pH, concentração de nitrogênio amoniacal e ácidos graxos voláteis no rúmen. Conclui-se que a suplementação de óleo de girassol em dietas à base de cana-de-açúcar diminui a concentração de ácidos graxos de cadeia média frequentemente relacionados a doenças cardiovasculares, e proporciona aumento no teor de ácidos graxos poli-insaturados, principalmente o CLA C18:2 cis-9 trans-11, tornando o leite produzido mais propício ao consumo humano. |