Avaliação ginecológica de éguas receptoras de embrião através de diferentes métodos de diagnóstico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Soares, Carlos Mattos Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/13063
Resumo: Objetivou-se verificar se a endometrite é a principal causa da retirada de éguas receptoras do programa de transferência de embriões, além de comparar métodos e técnicas de diagnóstico. Quarenta éguas receptoras mestiças oriundas de sete propriedades e que não ficaram gestantes ao final da estação reprodutiva, adicionado ao histórico de subfertilidade, foram selecionadas para exame ginecológico. O exame foi realizado através de (i) coleta de dados do animal, idade, escore de condição corporal (ECC) e histórico reprodutivo; (ii) exame clínico reprodutivo, conformação do períneo, palpação e ultrassonografia transretal dos órgãos reprodutivos, vaginoscopia e exame digital da cérvix; e (iii) exames laboratoriais, cultura e citologia, a partir de um coletor comercial (CC) duplamente protegidos, lavado intrauterino de baixo volume (LBV) e do lavado do fragmento resultante da biópsia endometrial (LFBE), e a avaliação histológica. A presença de polimorfonucleados (PMNs) no estrato compacto durante a avaliação histológica serviu de referência para o diagnóstico da endometrite e base para comparação entre os métodos de diagnóstico. A endometrite foi diagnosticada em 65% dos animais avaliados, sendo caracterizada pela presença de PMNs, distribuição das glândulas endometriais em aglomerações e a presença de fibrose no tecido endometrial e periglandular durante a avaliação histológica. No exame clínico reprodutivo, foram positivos 32,5% dos animais para a avaliação da conformação do períneo; 52,5% para exame de palpação e ultrassonografia; 25% para o exame de vaginoscopia; e 37,5% para o exame da cérvix. Nos exames laboratoriais, foram positivos 17,5% para avaliação do efluxo do LBV; 52,5% para o exame citológico uterino; e 62,5% para exame de cultura uterina, sendo a bactéria mais isolada a Staphylococcus spp., seguida de Escherichia coli, Enterobacter spp. e Citrobacter spp., todas susceptíveis a sulfa/trimetoprim, enrofloxacina e florfenicol. Comparando os exames para o diagnóstico da endometrite, a palpação e ultrassonografia apresentaram os melhores resultados entre os exames clínicos, entretanto, foi inferior aos exames laboratoriais de citologia e cultura uterina, sendo este último com maior sensibilidade e especificidade para endometrite. A utilização de múltiplos resultados de diferentes exames também se mostrou uma alternativa eficaz para o diagnóstico da endometrite. Nas condições em que o estudo foi realizado, a técnica de coleta de amostras mais prática e ao mesmo tempo eficaz para os exames de cultura e citologia uterina foi a do CC. A técnica de LFBE não demonstrou ser tão eficiente quanto às demais. Concluiu-se que a endometrite é a principal causa de éguas receptoras com problemas reprodutivos, e que o exame ginecológico é essencial para o diagnóstico destes animais, utilizando-se o maior número de exames possíveis ou o exame de palpação e ultrassonografia como triagem para a realização de exames laboratoriais, além disto, que o coletor comercial foi o método mais prático e eficaz para a coleta de amostras para os exames de cultura e citologia endometriais.