Enzimas ligninocelulolíticas de Lentinula edodes (Berk.) Pegler cultivado em substrato à base de casca de eucalipto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Cavallazzi, José Renato Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10677
Resumo: Lentinula edodes (Berk.) Pegler é um fungo incluído entre os causadores da podridão branca, que pode ser cultivado em toras de madeira maciça de eucalipto ou toras artificiais, formadas por casca de eucalipto, um resíduo ligninocelulósico abundante em indústrias de papel e celulose no Brasil. Este trabalho teve como objetivo determinar o perfil das enzimas ligninocelulolíticas de três isolados de L. edodes, UFV52, UFV52 e UFV77, crescidos em substrato a base de casca de eucalipto e, também, investigar os efeito da adição ao meio de crescimento desse fungo de compostos que aumentam a atividade ou síntese de lacase, visando a melhoria da eficiência no processo de degradação da lignina e celulose presentes no substrato. O monitoramento semanal das atividades durante 75 dias de crescimento em substrato constituído por 80% de casca de eucalipto e 20% de farelo de arroz, adicionado de CaCO 3 e CaSO 4 , demonstrou a existência da síntese de lacase, manganês peroxidase, celulase e lanase, mas não de lignina peroxidase. O isolado UFV52 foi o que apresentou maior atividade de lacase, e para ele determinou- vse que as concentrações de 2,6 mM de N, como NH 4 NO 3 e de 250 μM de Cu, como CuSO 4 , em meio de cultura líquido foram as que propiciaram a maior atividade desta enzima. A atividade de lacase foi três vezes maior do que a do tratamento controle em micélio crescido em meio de cultura adicionado de tartarato de amônia (55 μM), sem contudo aumentar a concentração de proteína solúvel. A vanilina (1 mM) e o ácido 3 hidróxi benzóico (1 mM) aumentaram a degradação da lignina e celulose, sem, contudo, modificar a atividade de lacase. O padrão eletroforético da lacase demostrou que o efeito do tartarato não foi o de indução de novas isoformas, mas sim o de aumentar a atividade da enzima presente. O aumento na atividade da lacase e na eficiência de utilização do substrato pelo L. edodes UFV52 não redundou em indução de corpos de frutificação do fungo. Assim, para a produção do fungo comestível há necessidade de se selecionar isolados de L. edodes adaptados ao cultivo em toras artificiais a base de casca de eucalipto.