Efeitos de políticas alternativas sobre a redistribuição de renda na economia brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Santos, Vladimir Faria dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos
Mestrado em Economia Aplicada
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/14
Resumo: Um dos graves problemas na economia brasileira é seu elevado grau de desigualdade de renda. Há décadas o Brasil ocupa uma lamentável posição de destaque entre os países com pior distribuição de renda. O 1% mais rico e os 50% mais pobres da população se apropriam, praticamente, da mesma parcela do total da renda gerada no país. Diante disso, objetivou-se, neste trabalho, determinar os impactos de políticas alternativas sobre a redistribuição de renda na economia brasileira, bem como seus efeitos nos níveis de bem-estar de quatro classes de renda (F1, F2, F3 e F4). Foram consideradas três políticas distintas, embora com a mesma finalidade − reduzir a desigualdade de renda: transferência direta de renda, redução tributária e estímulo às exportações agropecuárias. A metodologia utilizada baseou-se em um Modelo Aplicado de Equilíbrio Geral (MAEG), cuja principal fonte de dados é a Matriz de Contabilidade Social (MCS). Foram simulados quatro cenários: dois referentes a aumentos no volume de transferências (choques de 12% e 22%); um de queda nos impostos que incidem sobre os bens consumidos pelas famílias pobres (choque de 40%); e outro que trata do estímulo às exportações agropecuárias (choque de 25%). Como resultado da política de aumento do volume de transferência, verificou-se que as famílias da classe F1 (as mais pobres) apresentaram significativo crescimento nos seus níveis de bem-estar e em suas rendas, enquanto as famílias das classes com níveis de rendimentos maiores (F2, F3 e F4) apresentaram queda nessas duas variáveis. Com relação à queda nos impostos que incidem sobre os bens adquiridos pelas famílias pobres, o resultado obtido evidenciou que as rendas de todos os agentes econômicos sofreram reduções, motivadas, basicamente, pela redução das transferências do governo às famílias; entretanto, devido à queda nos impostos, a renda disponível (renda menos imposto) da classe F1 e, conseqüentemente, o seu nível de bem-estar cresceram, ou seja, a redução dos impostos mais que compensou a redução da renda das famílias mais pobres, gerando, portanto, um efeito líquido positivo. Já a política de estímulo às exportações agropecuárias mostrou-se pouco eficaz quanto à redução da desigualdade de renda, apesar de proporcionar crescimento da renda em todas as classes familiares. Diante dos resultados, foi possível concluir que os programas de transferências assistencialistas de renda realmente têm sido importantes para reduzir o grau de iniqüidade de renda na economia brasileira nos últimos anos. Além disso, esse tipo de política mostrou-se superior, no quesito redistribuição, às duas políticas alternativas, ou seja, redução tributária e estímulo às exportações agropecuárias.