Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Alberes Sousa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6820
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Resumo: |
A busca por alimentos mais saudáveis, provenientes de sistemas de produção mais sustentáveis, como os métodos orgânicos de produção, é uma tendência que vem se fortalecendo e se consolidando em nível mundial. A preocupação com o meio ambiente e com a forma como os alimentos são produzidos vem aumentando ao longo dos últimos anos e também impactam diretamente sobre a decisão de consumo de diversas famílias no Brasil. Nesse contexto, o mercado brasileiro de alimentos orgânicos vem crescendo expressivamente ao longo dos últimos anos. Dada a escassez de estudos que analisam quantitativamente o comportamento dos consumidores de orgânicos no Brasil, torna-se necessário verificar quais fatores influenciam a demanda por tais produtos pelos domicílios brasileiros. A análise da demanda por alimentos orgânicos é relevante para se conhecer os fatores que exercem influência sobre seu consumo para que se possa elaborar estratégias para melhorá-lo, o que por sua vez contribui para o aumento da segurança alimentar e manutenção dos sistemas produtivos sustentáveis. Desse modo, este estudo buscou analisar, de forma agregada, algumas categorias de alimentos orgânicos juntamente com suas contrapartes convencionais. Para isso, utilizaram-se os microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE) 2008/2009. Especificamente, foram analisadas a sensibilidade do consumo de alimentos orgânicos em relação ao dispêndio e aos preços, assim como a influência de variáveis de composição familiar, localização domiciliar e hábitos de vida sobre a decisão de aquisição de alimentos orgânicos. Para isso, estimou-se um sistema de demanda para categorias agregadas de alimentos orgânicos e convencionais, por meio do modelo QUAIDS com a correção do Problema do Consumo Zero pelo Procedimento de Shonkwiller e Yen. Além disso, atentou-se para a correção do viés de simultaneidade, corrigindo-se a endogeneidade dos preços e do dispêndio como forma de se obter estimativas não viesadas. No primeiro estágio de estimação, pôde-se verificar quais fatores contribuem para a decisão de adquirir ou não determinada categoria. Destacam- se os efeitos do estoque educacional do chefe do domicílio, além das variáveis que expressam a localização domiciliar. Ressalta-se que a renda apresentou um efeito relativamente pequeno sobre a decisão de aquisição de alimentos orgânicos quando se ix controla para outras variáveis que também exercem influência sobre a tomada de decisão. No segundo estágio, obtiveram-se as elasticidades-dispêndio, elasticidades- preço próprias e cruzadas para cada categoria de bem, que possibilitaram a análise do comportamento dos domicílios mediante alterações nas variáveis econômicas em relação à demanda por alimentos orgânicos. Os resultados indicaram que o grau de sensibilidade dos consumidores de alimentos orgânicos às variações nos preços é maior que em relação ao dispêndio. Além disso, os consumidores de orgânicos também se mostraram mais sensíveis aos preços do que os consumidores de alimentos convencionais. A hipótese de assimetria no padrão de substituição/complementaridade entre alimentos orgânicos e convencionais também foi constatada. Constatou-se, através da análise das elasticidades-preço cruzadas, que variações nos preços das categorias convencionais tendem a impactar no consumo dos orgânicos em uma proporção muito maior do que a mesma variação em sentido inverso. A análise dos efeitos de alterações nos preços dos alimentos orgânicos evidencia que há uma forte relação de fidelização entre seus consumidores. Esses resultados permitem concluir que é relativamente difícil induzir consumidores habituados a adquirir produtos orgânicos a “reverterem” seus hábitos de consumo, trocando produtos orgânicos por convencionais, mesmo os preços dos orgânicos sendo mais elevados. Por fim, compreende-se que o mercado de alimentos orgânicos ainda é considerado um nicho de mercado. Por esse motivo, o consumo de orgânicos parece ser muito dependente dos convencionais e pouco influencia o mercado de seu rival. Além disso, pôde-se notar que os alimentos orgânicos ainda não são vistos como substitutos dos convencionais na maioria dos casos. |