Variação geográfica e dimorfismo sexual de Philander frenatus (Olfers, 1818), (Mammalia, Didelphimorphia: Didelphidae) através de morfometria geométrica craniana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: González, Camilo Arias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biologia e Manejo animal
Mestrado em Biologia Animal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2289
Resumo: Este estudo analisa a variação morfológica do crânio de Philander frenatus, em relação ao dimorfismo sexual no tamanho e forma do crânio, e em relação à variação geográfica de populações brasileiras, em especial aquelas provenientes da Mata Atlântica Brasileira. Através de técnicas de morfometria geométrica utilizando marcos anatômicos bidimensionais do crânio e superimposição de Procrustes, foram avaliados 290 indivíduos adultos, sendo 169 machos e 120 fêmeas. Fotografias padronizadas do crânio foram tomadas tomadas nas vistas dorsal, ventral e lateral, nas quais foram digitados 33, 34 e 29 marcos anatômicos respectivamente. O Dimorfismo sexual no tamanho foi avaliado utilizando o tamanho do centroide como medida. Os valores das três vistas do crânio foram comparados através de teste-t, todas indicando que os machos apresentam em média crânios maiores que as fêmeas. Analise de Componentes Principais (PCA) e Analise Discriminante (DA) foram utilizados para avaliar o dimorfismo sexual na forma na população com maior número de indivíduos da mesma localidade e na amostra total. Ambas as análises indicaram resultados similares no nível intrapopulacional e intraespecífico. Embora a forma do crânio de machos e fêmeas tenha apresentado uma ampla sobreposição nas análises das três vistas, foram encontradas divergências na variação da forma do crânio em cada sexo. De forma geral, os machos apresentaram um crânio com rosto mais curto, arco zigomático mais alto com processo frontal do jugal mais proeminente, crista sagital e processo pós-orbital mais desenvolvidos, e caixa craniana levemente mais estreita. Para as análises de variação geográfica duas analises foram feitas. Uma agrupando os indivíduos em quatro blocos geográficos (Macrolocalidades1) A: Corredor central da Mata Atlântica; B: Corredor cerrado-Zona da mata; C Corredor da serra do mar; D: Interior de SP, sul de GO e PR e outra em 8 blocos geográficos, (macrolocalidades2) subdividindo os blocos A (A1, A2), B (B1, B3), e C (C1, C2, C3). A variação na forma do crânio foi avaliada por separado em machos e fêmeas através de PCA nas três vistas, e Analises de Variáveis Canônicas (CVA) nas três vistas do crânio dos machos e na vista lateral do crânio das fêmeas. Em machos e em fêmeas o PCA não indicou nenhum padrão geográfico da variação morfológica do crânio nas três vistas avaliadas, nem na matriz das três vistas do crânio juntas. A CVA da vista ventral do crânio foi pouco informativa enquanto as vistas dorsal e lateralevidenciaram padrões similares de separação e sobreposição dos blocos geográficos nos eixos de CV. Os dois agrupamentos por blocos biogeográficos indicaram resultados similares, e revelaram um padrão geográfico da variação morfológica do crânio. Foi observada uma sobreposição entre os blocos geográficos do Corredor da Serra do Mar (bloco C), Cerrado-Zona da Mata (bloco B) e o Corredor Central da Mata Atlântica (bloco A). O bloco do interior de SP, PR, e sul de GO (bloco D) apresentou uma sobreposição parcial com o bloco C, mas evidenciou variações morfológicas que o afastam da forma de referência e o discriminaram do bloco. A CVA da vista dorsal indicou que as principais variações da forma media do crânio dos indivíduos do bloco D, com respeito da forma de referência, foram associadas a uma constrição anteroposterior do pré-maxilar, expansão anterior do maxilar, uma leve expansão do arco zigomático, e um deslocamento posterior dos parietais, além de haver uma compressão do pré-maxilar e maxilar indicando um rosto levemente mais curto. As divergências na variação morfológica apresentada por exemplares do interior de SP, PR e sul de GO podem ser devido a um certo grau de isolamento das populações, afastadas das populações dos corredores de florestas da Serra do Mar, Zona da mata e do Corredor Central da Mata Atlântica, assim como a diferentes pressões ambientais devido a heterogeneidade ambiental presente no bioma.