Infestação de lianas após ocorrência de incêndio florestal em uma floresta estacional semidecidual com Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Comini, Indira Bifano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Ciência Florestal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29748
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.265
Resumo: Lianas são componentes das florestas tropicais que competem com as árvores por luz, água e nutrientes, diminuindo seu crescimento e aumentando sua mortalidade. Sua ocorrência está fortemente associada com o acontecimento de eventos perturbadores, como a fragmentação florestal, que é uma consequência do desmatamento e uma das piores causas de perda de biodiversidade. Uma das origens do desmatamento são os incêndios florestais provocados pelo homem, a fim de modificar o uso da terra, como por exemplo, cultivar pastagens onde havia florestas. Estima-se que os incêndios florestais ocorrerão com mais frequência e maior intensidade em função do cenário desencadeado pelas mudanças climáticas. A partir da alteração do regime do fogo e aumento da ocorrência de incêndios florestais, um aumento na ocorrência de lianas nas florestas tropicais também é esperado, sobretudo nas florestas sazonais. Nesse contexto, essa tese teve como objetivo discutir a temática da infestação de lianas na floresta estacional semidecidual após ocorrência de incêndio florestal, sendo dividido em três capítulos, em formato de artigo. O primeiro capítulo foi uma revisão a respeito das lianas, suas características, sua relação com a floresta e com a ocorrência de distúrbios. O segundo capítulo avaliou a densidade e diversidade de lianas após a ocorrência de incêndio florestal. E o terceiro capítulo avaliou a infestação de lianas na floresta, traçando um perfil de ocupação das árvores hospedeiras pelas lianas, após a ocorrência de incêndio florestal. O fogo foi capaz de alterar a composição e estrutura de lianas, aumentando sua abundância e diminuindo a sua diversidade. A maioria das árvores foi infestada por lianas após o incêndio e a maioria das lianas infestou o tronco de árvores, indicando que elas ainda estão subindo até o dossel da floresta, e, portanto, competem a nível de solo (por água e nutrientes), mas ainda não competem a nível de luz. Os resultados encontrados mostram que mesmo a passagem de fogo de baixa intensidade foi capaz de oferecer condições para as lianas infestarem as árvores a ponto de se tornarem 65% mais abundantes e infestarem mais de 50% das árvores da área perturbada, cinco anos após a ocorrência do incêndio florestal. Diante do cenário exposto levando em consideração as condições climáticas que tendem a favorecer a ocorrência de incêndios florestais, as lianas se tornam um ponto chave para a conservação da biodiversidade e estocagem de carbono, devendo ser consideradas nos estudos de ecologia e dinâmica florestal a fim de que seu comportamento seja cada vez mais compreendido e soluções possam ser pensadas e propostas para que não haja perda de biodiversidade nem de estoque de carbono no futuro em função do seu aumento descontrolado causado pelo aumento da frequência de perturbações de origem antrópica. Palavras-chave: Cipós. Distúrbios em florestas. Fogo.