Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Ramos, Eduardo Mendes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9043
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Resumo: |
Este trabalho mostrou que, apesar de se tornar metabolicamente mais oxidativa com o aumento do peso vivo ao abate, o músculo de rãs continua essencialmente constituído de fibras brancas; que o tipo de insensibilização, bem como a aplicação de estimulação elétrica, de rãs afeta as alterações bioquímicas post-mortem dos seus músculos e as características de qualidade da carne obtida, a qual se apresenta mais elevada quando os animais são sangrados; e que, com base no valor da enzima HADH, é possível se diferenciar carne de rã fresca daquelas previamente congeladas. Evidenciou-se efeito (P < 0,05) da etapa de sangria, mas não do tipo de insensibilização (P > 0,05), sobre o conteúdo total de pigmentos heme e sobre a proporção relativa de suas formas químicas na carne de rãs obtidas. Entretanto, rãs insensibilizadas por eletronarcose apresentam (P < 0,05) menor teor de mioglobina. Animais mais pesados e abatidos com a etapa de sangria apresentaram menor conteúdo de hemoglobina (P < 0,05) e carne mais clara. Os teores de O2Mb, Mb+ e MMb da carne de rãs apresentaram (P < 0,05) alta correlação com a luminosidade (L*), índice de vermelho (a*) e índice de amarelo (b*), respectivamente. Apesar de se manter essencialmente glicolítica, a carne de rãs torna-se (P < 0,05) mais oxidativa (menor relação LDH/CS) e apresenta (P < 0,05) maior concentração de pigmentos totais com o aumento do peso ao abate. Evidenciou-se, ainda, uma maior taxa metabólica em rãs insensibilizadas por eletronarcose, que apresentaram um rigor mais precoce que rãs insensibilizadas por termonarcose. Ainda assim, devido ao seu elevado pH (6,40) muscular e de níveis elevados de ATP (cerca de 4 μmol/g) e fosfocreatina (cerca de 2 μmol/g), o rigor parece ser oriundo do fenômeno de encolhimento pelo frio. Tanto em rãs insensibilizadas por termo e eletronarcose, os níveis de glicogênio se mantiveram estáveis, enquanto os de glicose apresentaram constante elevação post-mortem, atingindo valores finais duas vezes superiores aos iniciais. Durante o período de estocagem avaliado, as rãs insensibilizadas por eletronarcose apresentaram níveis de lactato superiores (P < 0,05) e valores de pH inferiores que aquelas insensibilizadas por termonarcose. Para rãs insensibilizadas por eletronarcose, mas não nas insensibilizadas por termonarcose, a aplicação de estimulação elétrica de baixa voltagem (60 V, 60 Hz por 60 segundos) de carcaças acelera o metabolismo muscular, produzindo uma antecipação (e aumento na taxa) da queda de pH e de aumento de valor R, antecipando o desenvolvimento do rigor. Este resultado aponta para uma possível necessidade do uso de altas voltagens para a estimulação de animais insensibilizados por termonarcose. Após 24 horas, a EE induziu (P < 0,05) um aumento na proporção relativa de pigmentos heme reduzidos (Hb+ e Mb+) e redução na proporção relativa das demais formas químicas (O2Mb, O2Hb, MMb e MHb), além de induzir (P < 0,05) aumento no valor de a* e diminuição do valor de h*, gerando uma carne de coloração mais avermelhada. O índice de amarelo (b*) não foi afetado pela estimulação, mas exerceu uma importante participação relativa na cor da carne de rã, apresentando (P < 0,05) correlação negativa com a %Mb+ e positiva com a %MbO2 e %MMb. Embora sem diferir quanto ao comprimento do sarcômero, os músculos estimulados de rãs-touro insensibilizadas por eletronarcose apresentaram (P < 0,05) menor pH24, maior força de cisalhamento e textura mais firme do que os demais tratamentos. Por fim, evidenciou-se que o método de insensibilização não afeta (P > 0,05) a atividade da enzima HADH, e que, embora esta atividade se eleve (P < 0,05) com o tempo de estocagem congelada, independente do tempo de estocagem refrigerada, é possível obter uma elevada acuidade (96,5% de acerto) na distinção entre carne fresca de rãs (HADH < 65) e carne de rãs congeladas (HADH > 69). |