Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Coelho, Dayana Debossan |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://locus.ufv.br/handle/123456789/32491
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Resumo: |
Embora a Escola Superior de Agricultura e Veterinária (ESAV) de Minas Gerais tenha se constituído num espaço de exercício do poder estadual, ela nasce a partir de políticas territoriais vinculadas à criação das escolas superiores agrícolas no país. Resultante da política agrária adotada a nível federal, a discussão a respeito do ensino superior agrícola conquistou visibilidade nas primeiras décadas republicanas em relação às narrativas do Congresso mineiro, as quais preconizavam a necessidade de modernização do território, de progresso da população e de desenvolvimento econômico. Almeja-se com esta tese analisar os filtros que, no plano ideológico, balizaram a escolha da cidade-sede que abrigaria a Escola: lugar saudável; abundância de água, terrenos suficientes; proximidade de uma pequena cidade; distância do centro da população; altitude. A comissão encarregada de delimitar a zona geográfica da Escola, chefiada por Peter Henry Rolfs e composta por importantes membros da elite rural e intelectual mineira, a saber: Arduíno Bolivar; Álvaro Astolfo da Silveira; e Mario Monteiro Machado impôs estudos técnicos preliminares das cidades examinadas, Ponte Nova, Ubá, Visconde do Rio Branco e Viçosa. Tal medida atendia à indispensabilidade de conhecimento científico sobre o lugar mais adequado ao recebimento da futura Escola, no entanto consistia também numa estratégia para escamotear os conflitos regionais ou entre as fracções da classe dominante agrária – até porque nas fontes pesquisadas (jornal A Cidade, documentos institucionais da ESAV, Anais da Assembleia e Mensagens do Congresso mineiros) não há qualquer menção à disputa entre as cidades. Nesse ínterim, fica latente a seguinte questão: que grupo seria preterido ou beneficiado com a proximidade ou a distância da Escola? Esta, no plano das narrativas, representaria um novo centro econômico, e sua localização poderia significar a vitória de um dos setores das fracções da classe agrária dominante. Outro elemento iluminador levado em consideração pela comissão no julgamento do melhor local para a implantação da ESAV foi o “sentimento geral de comunidade”. Acreditamos que quando o projeto da Escola foi lançado em 1920, as lideranças políticas mineiras tomaram posse da ideia, a fortaleceram e pleitearam este dispositivo para seus territórios. Através da análise do discurso da “gestação” da ESAV constatamos que na escolha do município que sediaria o estabelecimento de ensino superior agrícola, o critério político assumiu nítida centralidade em detrimento do critério técnico, apesar deste ter sido veementemente defendido nos enunciados discursivos. Concluímos que a Escola teve, pois, como finalidade selar a união entre modernização do território e regionalismo, em torno do projeto “vencedor” das fracções da classe dominante agrária viçosense. Palavras-chave: ESAV; Modernização territorial; política agrária; Viçosa (MG); Zona da Mata mineira. |