Solos e indicadores de uso agrícola em Roraima : áreas indígena Maloca do Flechal e de colonização do Apiaú

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Melo, Valdinar Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10779
Resumo: Na região de colonização do Apiaú, região central do Estado de Roraima, e área indígena Maloca do Flechal, nordeste de Roraima, foram estudados solos sob cultivo itinerante, impactados pelo uso do fogo, submetidos à conversão floresta pastagem ou agricultura. A área indígena possui ambientes e solos eutróficos, atípicos para a Amazônia, explorados desde os tempos coloniais. Os solos foram submetidos a análises físicas, químicas, mineralógicas e caracterização das substâncias húmicas, com o propósito de entender os efeitos dos sistemas de uso adotados e das condições pedoclimáticas. Na colônia do Apiaú, os solos foram classificados como Argissolos, Latossolos e Gleissolos, bastante intemperizados, com mineralogia caulinítica e baixos teores de ferro, e baixo conteúdo de cátions trocáveis e forte acidez, com alumínio trocável predominante. O cultivo e queima de restos culturais de banana aumentou os teores de cátions trocáveis e de P disponível na superfície. Em função dos baixos teores de óxidos de Fe e Al, a capacidade de adsorção de fosfato é baixa ( 0,234 a 1,721 mg g -1 ). A conversão floresta - pastagem ou agricultura reduziu o estoque de C do solo. A combustão parcial da fitomassa pelo fogo, aumentou o aporte instantâneo de MO e da fração ácido fúlvico, em ambiente de mata queimada. As frações húmicas comportaram-se diferentemente entre as áreas estudadas e a humina representa um estoque expressivo de C de baixa ciclaqem. Nos perfis de Latossolos ( 5 e 6 ) o incremento de MO pode justificar os maiores valores de ácidos húmicos em profundidade. A fração ácido húmico apresentou baixo grau de humificação nas áreas de mata não queimadas, pela quantificação dos radicais livres semiquinonas. O maior grau de humificação foi encontrado na área cultivada com milho. O Al complexado pela MO variou entre ambientes e em profundidade, com maiores valores superficiais associados à fração ácido húmico. Os baixos valores de Al, em forma de polímeros, indicam menor participação na reserva não trocável no solo. Os solos da área indígena da Maloca do Flechal, baseado em suas características químicas e mineralógicas, possuem elevada fertilidade natural. No entanto, o relevo impõe limitações à exploração. A posição na paisagem condiciona a mineralogia, que é dominantemente oxídica no Latossolo de topos e dominada por argilominerais 2:1, nos Chernossolos e Cambissolos das partes baixas. A reserva mineral da fração silte confere alta fertilidade natural para os Chernossolos que em posição de relevo suavizado indicam ambiente com elevado potencial para agricultura de subsistência nos moldes praticados. A mineralogia condicionou maiores valores de adsorção de fosfato para o Latossolo e Nitossolo e menores valores para os Chernossolos e Cambissolos. Maiores teores de C foram encontrados no Latossolo e no Chernossolo sob cultivo contínuo, sendo que os microagregados parecem contribuir para uma maior estabilidade da MO no Latossolo. O Chernossolo sob cultivo teve maior aumento da polimerização dos ácidos húmicos ( AHs ). Já no Latossolo, o oligotrofismo parece favorecer o aumento da polimerização dos AHs. Os Cambissolos e Chernossolo não cultivados são mais homogêneos quanto à qualidade dos AHs. O fracionamento de Al indicou baixos valores de Al trocável e baixo potencial de liberação de formas não trocáveis para trocáveis. Valores alto de Al de baixa cristalinidade reflete a expressividade de minerais primários e argilas 2:1.