O trabalho como experiência moral: significados e expectativas subjacentes à inserção de crianças, adolescentes e responsáveis no PETI/Ipatinga-MG
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor Mestrado em Economia Doméstica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3372 |
Resumo: | Apesar de o Brasil possuir uma das leis mais avançadas em relação à proteção às crianças e adolescentes, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a realidade nos mostra, segundo as estimativas da Organização Internacional do Trabalho OIT (2000), que mais de 351 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos de idade estão economicamente ativas no mundo. No Brasil, isso representa cerca de 5,5 milhões de crianças e adolescentes entre que trabalham. Tomando como foco o trabalho infanto-juvenil, busca-se problematizar a realidade e as perspectivas construídas por crianças, adolescentes e responsáveis, em torno do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), na cidade de Ipatinga. Em termos teórico-conceituais, demarcam-se os antecedentes históricos e o contexto de formação do debate sobre o trabalho infanto-juvenil. Algumas categorias centrais à compreensão dos mesmos são: Política social, com foco no PETI; Infância e Adolescência e família. Com base numa metodologia qualitativa (observação direta, questionário, dinâmicas de grupo e análise de conteúdo), refletiu-se sobre as perspectivas nativas acerca do trabalho infanto-juvenil. Os resultados mostraram que o trabalho não é visto como negativo em suas vidas, mesmo que reconheçam que algumas atividades são prejudiciais ao desenvolvimento biopsicossocial da criança e do adolescente. O programa foi visto como positivo no que concerne à erradicação do trabalho infantojuvenil dos participantes. Os entrevistados relataram a importância do PETI na vida das crianças e dos adolescentes, sendo visto como um Programa sócio-educativo que proporciona uma perspectiva de futuro melhor para este público. Dos resultados apresentados, ficou claro que há um valor moral antecessor ao valor pragmático do trabalho, percebido na realização do campo empírico. Para além das dimensões objetivas (materiais, pragmáticas e utilitaristas), enfatizamos aspectos simbólicos que permearam o envolvimento e a participação dos sujeitos pesquisados no PETIIpatinga, tais como a positividade do valor trabalho, cuja dimensão cultural antecede a sua aplicabilidade material. Enfim, mesmo não tendo a pretensão de formular conclusões definitivas, indicamos algumas possíveis pistas para desvendar parte da complexidade do problema que propusemos compreender. Como o caminho apresentado para o enfrentamento da erradicação do trabalho infanto-juvenil, indicase a problematização não só de políticas de enfrentamento à pobreza e educação, mas também de questões de ordem cultural, na implantação de novas políticas culturais que busquem reconhecer o sujeito em seu contexto, numa proposta integrativa de inclusão social. |