O discurso midiático dos Jogos Paralímpicos no Caderno de Esportes do jornal o Globo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Jaqueline Monique Marinho da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br//handle/123456789/26017
Resumo: A mídia pode representar no contexto social a capacidade de mudar conceitos, manter e/ou gerar novas concepções sobre um fenômeno já estabelecido. Nesse sentido, a cobertura midiática dos Jogos Paralímpicos, denota a tendência estereotipada de divulgação, de forma que os feitos esportivos dos atletas são colocados em segundo plano e suas histórias de vida transformadas em enredos de superação. Conhecer os discursos presentes na mídia, é uma forma de refletir a respeito de como os atletas e os Jogos Paralímpicos estão sendo retratados. Dessa forma, analisamos o Caderno de Esportes do jornal O Globo, a fim de caracterizar a cobertura e o discurso midiático presente no referido jornal. Para tanto, realizamos uma pesquisa de caráter exploratória-descritiva com delineamento documental. Organizamos a metodologia em etapas. Na etapa 1, foi realizada uma revisão bibliográfica em base de dados de revistas científicas, de teses e de dissertações, além de livros e de revistas, publicados em língua portuguesa entre os anos de 2007 a 2017, a fim de conhecer o objeto de pesquisa: o discurso midiático dos JP. Também coletamos reportagens no acervo online do jornal O Globo, entre os dias 1o de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2016. Na etapa 2, as reportagens foram inseridas no software de análise qualitativa ATLAS.ti 7.5.18 para serem codificadas e selecionadas as categorias de análise (Esporte Paralímpico e Supercrip). Na etapa 3, as reportagens foram interpretadas no contexto da análise documental. Os resultados mostraram que notícias referentes aos Jogos Paralímpicos somaram 6,9% do total de reportagens publicadas no caderno de esportes do jornal analisado; dessas 44% estavam vinculadas aos meses em que ocorreram os Jogos Paralímpicos de Londres-2012 e do Rio-2016; 14% foram dispostas em página inteira; 31% mencionaram em seu título palavras que referenciavam ao contexto paralímpico; 58% tinham ilustrações (fotos, iconográficos) dos atletas e dos Jogos Paralímpicos; e 58% abordaram os Jogos Paralímpicos como tema primário. As modalidades atletismo e natação apareceram com maior frequência (29%) nas reportagens. Daniel Dias (5,1%), Oscar Pistorius (4,4%) e Alan Fonteles (4%) foram os atletas que se destacaram e tiveram o maior número de menções nas reportagens. Quanto ao discurso midiático, percebe-se uma tendência de divulgação estereotipada e sensacionalista dos atletas, mas não de qualquer atleta, daqueles que destoaram dos demais por apresentarem deficiência aparentemente improváveis, realizarem feitos esportivos de alta performance e/ou por envolvimento em polêmicas. Perante os resultados da pesquisa, foi possível concluir que a mídia tem reforçado os estigmas sobre a deficiência.