Toxicidade subcrônica de lambaris Astyanax aff. bimaculatus expostos ao zinco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Condessa, Suellen Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biologia e Manejo animal
Mestrado em Biologia Animal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2225
Resumo: Muitos metais ocorrem naturalmente em ambientes aquáticos e são classificados como poluentes somente quando adicionados pelo homem em quantidades suficientes para produzir efeitos deletérios em organismos. Dentre estes metais já existentes no ambiente aquático pode-se citar o zinco (Zn) que é um elemento essencial para os seres vivos. Em concentrações elevadas, o Zn pode se tornar tóxico aos seres vivos por reduzir os níveis séricos de cobre, causando a diminuição da imunidade. O presente estudo busca analisar a bioacumulação e os efeitos da exposição subcrônica a diferentes concentrações de Zn, na histologia de brânquias, fígado e testículos de indivíduos adultos de lambaris Astyanax aff. bimaculatus para avaliar a potencialidade da espécie como bioindicador de qualidade de água. Foram utilizados 65 lambaris, divididos igualmente em 5 aquários. Foi constituído um grupo controle, mantido nas mesmas condições que os tratados, porém sem o metal. A cada dia acrescentou-se 0,16; 0,33; 0,5 e 0,66 μg L-1 de Zn na água, totalizando 5, 10, 15 e 20 mg L-1 de Zn, respectivamente, no final do período experimental, de 30 dias. Ao final da exposição, os animais foram anestesiados, eutanasiados, medidos, pesados sendo retirados os ossos, testículos, fígado, brânquias, cabeça e músculo. Amostras dos tecidos coletados foram desidratadas e digeridas para a determinação das concentrações do zinco através do espectrofotômetro de absorção atômica. O restante dos tecidos foi fixado, incluído e seccionado em micrótomo rotativo e corado para confecção de lâminas. Nos grupos em que as dosagens de Zn na água foram de 5 e 10 mg L-1, o acúmulo desse metal foi maior nos testículos, seguido das brânquias, ossos, cabeça e músculos, e nos tratamentos em que as dosagens de Zn na água foram de 15 e 20 mg L-1, o acúmulo desse metal foi maior nas brânquias, seguidas pelos testículos, ossos, músculo e cabeça. Foram qualificadas e quantificadas várias histopatologias nas brânquias, nos testículos e no fígado onde também foram quantificados pontos sobre núcleo e citoplasma de hepatócitos, capilar sinusóide e infiltrados leucocitários, além da determinação do diâmetro nuclear dos hepatócitos e calculados os índices hepatossomáticos. Nos testículos foram quantificados morfometricamente, os pontos coincidentes sobre cisto, intertúbulo, espermatozóides e líquido seminal. Os resultados revelam que mesmo na concentração mais baixa (considerada como máxima permitida pela legislação ambiental vigente) os níveis experimentais de Zn causaram lesões irreversíveis tanto nas brânquias quanto no fígado de A. aff. bimaculatus, comprometendo a função destes tecidos. A exposição de A. aff. bimaculatus ao Zn provocou alterações histopatológicas severas e permanentes nos testículos, levando à redução na produção de espermatozóides, o que pode provocar, no ambiente natural, o declínio da taxa de fecundidade e a extinção local da população. Os resultados apresentados provaram claramente a acumulação crescente do Zn nos diferentes tecidos dos animais em estudo submetidos a uma exposição subcrônica (30 dias). Sendo assim, A. aff. bimaculatus mostrou-se uma espécie sensível mesmo quando exposta a concentração de 5 mg L-1 de Zn, estabelecida pela Resolução CONAMA n° 357 de 17/03/2005 como máximo para água própria para a criação de animais. Portanto, é adequada comobioindicador.