Fabiano e Macabéa: a moldagem da terra dura do sertão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Moreira, Raiane Cordeiro de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Estudos Linguisticos e Estudos Literários
Mestrado em Letras
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4833
Resumo: Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo comparativo entre as obras Vidas Secas, de Graciliano Ramos e A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, dando ênfase à trajetória existencial das personagens de Fabiano e de Macabéa, no que se refere à figura do indivíduo isolado, alienado, hermético, por decorrência de um ambiente pouco estimulante, seco, árido. Pensando na modernidade e em todos os aspectos que a envolve, seja de ordem econômica, social e política, torna-se imprescindível a análise do ser humano, identificando sua relação tanto com o meio social quanto com o natural. Busca-se investigar, através de uma visão bakhtiniana, sob o viés do dialogismo, como se revelaria esse indivíduo colocado contra o pano de fundo da multidão ou da metrópole anônima e impessoal. Seria ele sufocado por esse meio, engolido por ele? Seria um dos agentes modificadores, que tornaria a sociedade uma entidade em mutação contínua, globalizada, pluricultural? Ainda como possibilidade, questiona-se se o sertanejo, ao se transferir para a metrópole, na ânsia de perspectivas de melhoria de vida, seria um ser adaptado ou marginalizado ao novo ambiente social, tornando-se, talvez, mais um elemento de exclusão social. Na formação das novas identidades advindas do meio, poder-se-á constatar uma desconstrução do ser humano exposto a outro meio diferente daquele de origem. Na verdade, o que se percebe é que existem valores e representações do mundo que acabam por excluir as pessoas. Os excluídos não são simplesmente rejeitados fisicamente, geograficamente ou materialmente, não somente do mercado de trabalho e de suas trocas, mas de todas as riquezas espirituais, visto que seus valores não são reconhecidos, ou seja, há, também, uma exclusão cultural.