Competitividade de produtos "in natura" e processados do Brasil no comércio exterior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Rosário, José Baptista Fernando do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11116
Resumo: O comércio substancialmente, exterior de produtos “in natura” sempre contribuiu, na geração de divisas para o país. Entretanto, o excesso de oferta desses produtos no mercado internacional, na década de 80, estimulado, principalmente, pela súbita alta de preços internacionais durante a década anterior e pelo aprofundamento do protecionismo à agricultura dos países desenvolvidos, acabou acarretando uma queda de preços, que, para alguns produtos, ainda persiste. Os preços baixos estimularam o processamento desses produtos, ou seja, a agregação de valor foi a saída estratégica encontrada por parte de muitos países para continuar participando de uma economia globalizada onde impera a competitividade. Dada esta tendência, este estudo procurou analisar a competitividade de alguns dos principais produtos agrícolas de exportação do Brasil , “in natura” e processados, nos complexos soja e laranja, e determinar os principais fatores que levaram à alteração na participação dos referidos produtos na pauta de exportações brasileiras. Os procedimentos analíticos deste trabalho basearam-se em indicadores de vantagem comparativa revelada e da taxa de câmbio real, sintetizando, respectivamente, a abordagem ex-post e um conceito macro. Além desses indicadores, fez-se uma análise comparativa da evolução dos preços de exportação entre o Brasil e o resto do mundo, representando o grau de capacitação detida pelas firmas (eficiência). Os resultados mostraram que o Brasil vem perdendo competitividade no mercado internacional de derivados de soja (farelo e óleo) e aumentando a vantagem relativa na exportação do produto “in natura” (soja em grão). Isso se deve, principalmente, ao desempenho exportador da Argentina, principal competidor do Brasil e atual líder no ranking das exportações mundiais de produtos processados do complexo. A perda de competitividade está associada, também, à desoneração do ICMS na exportação dos produtos do complexo, principalmente o produto “in natura”, devido a um diferencial tributário que retinha a soja em grão no país e estimulava o processamento desta. No que se refere ao complexo laranja, o Brasil apresentou vantagem comparativa na exportação do suco de laranja concentrado e desvantagem nos demais produtos, laranja “fruta” e suco de laranja não-concentrado. Em ambos os complexos, a taxa de câmbio influenciou, negativamente, o desempenho do Brasil no mercado internacional e os preços permaneceram favoráveis em quase todo o período analisado. Os desafios competitivos do Brasil são externos às empresas, razão por que algumas deficiências precisam ser dirimidas para consolidação da tendência das exportações brasileiras em favor dos produtos processados, dentre as quais a infra-estrutura de transportes, portuária e de armazenagem, que deve ser melhorada, e a política tributária, que deve ser revista.