Ozônio como agente fungicida na pós-colheita do mamão (Carica papaya L.)
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ Mestrado em Engenharia Agrícola UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3622 |
Resumo: | As doenças fúngicas de pós-colheita, principalmente a antracnose, constituem uma das causas de depreciação do mamão, com perdas na comercialização. O processo normalmente utilizado para controle dessa doença em pós-colheita inclui tratamento hidrotérmico dos frutos a 49 °C durante 20 min, com posterior resfriamento por igual período, além da aplicação de fungicidas. As desvantagens associadas aos tratamentos convencionais tornam necessária a busca de novos métodos de controle da antracnose na pós-colheita do mamão. Uma das alternativas é a utilização do gás ozônio (O3), por se tratar de forte agente oxidante e antimicrobiano, que pode ser gerado no local por meio de uma descarga elétrica, descartando a necessidade de manipulação, armazenamento ou eliminação de embalagens. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia do ozônio dissolvido em água para controle de antracnose em mamões, bem como verificar a influência desse tratamento nas características físs e químicas dos frutos. Foram utilizados mamões (Carica papaya L.) Golden , colhidos no estádio de maturação 1, com até 15% de cor da casca amarela. Para a avaliação do efeito do ozônio no controle de antracnose, os frutos foram inoculados com suspensão de conídios de Colletotrichum gloesporioides e C. magna, na concentração de 2,3 x 106 UFC mL-1. Posteriormente procedeu-se à ozonização dos frutos em tanque com água contendo ozônio dissolvido na concentração de 0,8 mg L-1, pelos períodos de 40, 80, 120 e 160 min. Como controle foram utilizados frutos não ozonizados. Após esse processo, os frutos foram armazenados em câmaras climáticas a 11 °C e 80 a 85% UR por 15 dias. Foram feitas análises nesse período no primeiro e no 15° dia. Posteriormente, a temperatura da câmara foi modificada para 25 °C, sendo feitas análises nos 17°, 19°, 21° e 23° dias de armazenamento. Foram analisados o percentual de área lesionada, produção de CO2, perda de massa fresca, acidez titulável, sólidos solúveis, cor da casca, teor de vitamina C, firmeza da polpa e pH. Durante o armazenamento a 11 °C, não houve aumento significativo de área lesionada por antracnose. Os mamões apresentaram aumento da taxa respiratória, com uma tendência de menor aumento para aqueles expostos ao ozônio. A firmeza da polpa apresentou redução nesse período. Os valores do ângulo Hue (h°) apresentaram decréscimo e os valores de Croma e Diferença de cor aumentaram. A massa fresca dos frutos sofreu decréscimo e os parâmetros acidez titulável, sólidos solúveis, teor de vitamina C e pH não apresentaram variação nesse período. Durante o armazenamento a 25 °C, foi verificado menor percentual de área lesionada nos frutos tratados com ozônio, em comparação aos não tratados. Os frutos expostos ao ozônio dissolvido na água também apresentaram menor perda de firmeza da polpa e menor taxa respiratória ao longo do armazenamento. Os parâmetros de cor (Croma, Hue° e diferença de cor), pH, sólidos solúveis e acidez titulável dos mamões ozonizados não diferiram dos observados nos frutos expostos ao ozônio. Pode-se concluir que a aplicação do ozônio dissolvido na água, na concentração de 0,8 mg L-1, por até 160 min, é eficiente na diminuição da severidade de antracnose na pós-colheita de frutos de mamão Golden , sem, entretanto, afetar negativamente a qualidade dos frutos. |