Enteroparasitas em humanos e cisticercose em suínos da área rural de Viçosa-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Iasbik, Adriana Felix
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de
Mestrado em Medicina Veterinária
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4967
Resumo: O complexo teníase-cisticercose constitui-se de duas doenças distintas. A teníase é provocada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da T. saginata no intestino delgado do ser humano quando ingere a forma larvária, e a cisticercose é causada pela presença do estágio larvar da T. saginata que acomete bovino, ou da T. solium, que acomete suíno e seres humanos, quando ingerem os ovos das respectivas tênias. Este trabalho teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico de enteroparasitas em humanos e cisticercose em suínos da área rural de Viçosa-MG, através da determinação da prevalência da cisticercose suína, e da teníase humana, avaliar a correlação de enteroparasitas em fezes humanas com fatores de socioeconômicos e de saneamento local e da coleta de informações das condições sanitárias relacionadas ao padrão de alimentação e higiene pessoal e da criação de suínos. Foi realizado um estudo transversal envolvendo 176 propriedades localizadas na zona rural de Viçosa-MG, onde foram coletadas amostras de sangue de todos os 226 suínos criados, fezes das 266 pessoas residentes nas mesmas e inquérito epidemiológico através de um questionário sobre condições sanitárias, padrão de alimentação e higiene pessoal e da criação de suínos. O diagnóstico parasitológico foi feito pela pesquisa de ovos de enteroparasitas nas fezes pelo método Hoffman, Pons e Janer (HPJ) e o diagnóstico sorológico da cisticercose suína realizado pelo teste ELISA e os casos suspeitos submetidos ao immunoblot para confirmação. 0,6% das 176 propriedades se confirmaram como positivas para a cisticercose suína, correspondendo a 0,4% dos suínos. O exame coproparasitológico revelou 43,6% de prevalência de enteroparasitas (entre protozoários e geo-helmintos), sendo 8,27% com poliparasitismo. Observou-se 13,9% de Entamoeba coli, 11,6% de Endolimax nana, 7,1% de Entamoeba histolytica, 6,0% de Ascaris lumbricoides, 4,5% de Ancylostoma, 3,0% de Strongyloides stercorales, 2,2% de Giárdia, 1,8% de Trichuris trichiura, 1,5% de Schistosoma mansoni e 0,4% de Enterobius vermiculares. Dentre os geo- helmintos, o Ascaris lumbricoides foi o mais prevalente e dentre os protozoários, a Entamoeba coli. Não foram encontradas associações estatisticamente significativas para as variáveis sexo , faixa etária e renda familiar em relação aos resultados positivos de enteroparasitoses (p>0,05). Entre os responsáveis pelas propriedades 99,4% eram moradores permanentes, a renda familiar média foi de R$622,00 e em 94,4% o número de pessoas da família variou de 1 a 5. Em 83,5% as propriedades possuiam apenas 1 suíno e em 88,1% os suínos ficavam sempre presos. Em 97,7% as pessoas se alimentavam de carne suína, bem aquecida e em apenas 1,0% a destinação do esgoto sanitário era a céu aberto; 80,7% possuiam horta e apenas 7,4% possuiam água tratada. De acordo com os resultados obtidos considerou-se que a área rural de Viçosa-MG não é uma área endêmica para o complexo teníase-cisticercose; porém, é importante manter ações de vigilância sanitária e epidemiológica, pois os fatores de risco de sua transmissão permanecem presentes.