Ensino e aprendizagem de escrita em língua inglesa: a relação entre crenças e o uso de estratégias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Ramos, Fabiano Silvestre
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Estudos Linguisticos e Estudos Literários
Mestrado em Letras
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4839
Resumo: A sociedade atual pós-moderna exige um perfil de aprendiz diferenciado daquele de décadas atrás, em que o ensino estava centrado na figura do professor. Exige-se uma postura mais autônoma, em que o aluno se torna agente de seu próprio processo de aprendizagem. Tal postura pode ser associada às suas crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas e ao uso de estratégias. Crenças são definidas, de acordo com Barcelos (2006), como uma forma de pensamento, construções da realidade, maneiras de ver e perceber o mundo e seus fenômenos, que são co-construídas a partir de nossas experiências e resultam de um processo interativo de interpretação e (re)significação. O conceito de estratégias de aprendizagem de línguas (EALs) utilizado neste trabalho é aquele de Oxford (2002) que as entende como sendo ações específicas tomadas conscientemente pelo aprendiz, com o intuito de auxiliá-lo no processo de aprendizagem de línguas. Este estudo teve por objetivo investigar a relação entre crenças sobre ensino e aprendizagem e o uso de estratégias no contexto de um curso de extensão em língua inglesa, bem como detectar se houve mudanças nas crenças e no uso de estratégias e escrita após um trabalho de intervenção com foco nestas. Para tanto, busquei responder as seguintes perguntas de pesquisa: (a) Quais são as crenças de alunos universitários sobre o ensino e aprendizagem de escrita em língua estrangeira?; (b) Quais as estratégias de aprendizagem de escrita que eles utilizam?; (c) Existe influência das crenças no uso de estratégias ou viceversa? Se existe, qual a natureza dessa relação?; (d) Após um trabalho de conscientização sobre EALs de escrita, houve mudança nas crenças dos participantes sobre o processo de escrita em LE e no uso de estratégias? Houve melhoria na qualidade das produções dos aprendizes? Foram utilizados os seguintes instrumentos de coleta de dados: Inventário de Estratégias de Aprendizagem de Língua Estrangeira (OXFORD, 1990), questionário de estratégias de escrita (PETRÍC e CZARL, 2003), inventário de crenças sobre ensino e aprendizagem de escrita em LI (LUZ, 2006), narrativas e grupo focal. Os resultados mostraram que os participantes apresentam uma concepção restrita de escrita, entendida por estes como uma prática de conhecimentos gramaticais. Essa crença influencia, de maneira direta, na seleção de EALs. Dentre as mais citadas está a consulta ao dicionário, tanto durante a escrita, como no processo de revisão. Foi possível constatar ainda que, após o processo de intervenção, houve resignificação de algumas crenças sobre o papel da escrita e sobre o ensino da mesma na escola pública. Porém, as crenças mais arraigadas, tais como a relação entre escrita e gramática não foram resignificadas. Constatou-se também uma melhoria na qualidade das produções textuais dos participantes no que diz respeito à configuração do gênero resumo e no uso da gramática.