Resumo: |
Estudos científicos e, inclusive, jurídicos indicam a criança como uma parcela da sociedade que merece atenção e cuidado especiais, em razão de sua fragilidade, de estarem em processo de formação da personalidade e também por representarem o futuro de uma nação. Ao mesmo tempo, a mudança na interpretação da finalidade da licença maternidade levou ao questionamento sobre a licença- paternidade e a relação entre pais e filhos(as). Assim sendo, este estudo teve por finalidade analisar a relação entre licença paternidade, relações familiares e implicações laborais, empregatícias e econômicas na percepção de trabalhadores e chefes de setores de uma empresa em Ipatinga, MG. Para tanto, partiu-se da premissa de que os pais com maior nível de educação formal demonstrariam maior interesse na majoração do prazo da licença- paternidade. A pesquisa realizada é do tipo qualitativa, com proposta exploratório-descritiva.Para tanto,foram entrevistados 39 trabalhadores, sendo a amostra dividida entre 21 pais e 18 chefes participantes. Apurou- se que a maioria dos entrevistados possui interesse na ampliação do prazo de cinco dias da licença-paternidade. Todavia, esse interesse não se relaciona ao cuidado da criança, mas à atenção às demandas da mulher no período pós-parto. Além disso, verificou-se a influência da paternidade na vida pessoal e laboral do trabalhador. Mesmo com o maior número de influências tidas como negativas pelos chefes, ainda persiste, na sociedade brasileira da segunda década do século XXI, uma parcela com preferência contratual de homens que sejam pais. As evidências demonstram uma sociedade marcada por traços culturais relacionados ao patriarcalismo, com interpretação da responsabilidade da mulher pelo cuidado dos(as) filhos(as) e da casa. |
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