Adição de grilo preto em pó e farinha de soja combinados ou não na dieta de ratos Wistar: avaliação da qualidade proteica e efeitos sobre marcadores metabólicos e saúde intestinal
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Ciência da Nutrição |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/33682 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.546 |
Resumo: | Os insetos são considerados uma promissora fonte de proteínas em um cenário de aumento da demanda global por alimentos. Além do alto conteúdo proteico, eles contêm carboidratos na forma de exoesqueleto quitinoso, que podem chegar intactos ao intestino grosso, e beneficiar a saúde intestinal. O grilo preto (Gryllus assimilis) tem gerado interesse devido ao seu valor nutricional, entretanto, a aversão dos consumidores ainda limita a sua aceitação em diversos países ocidentais. Uma alternativa é transformá-lo em pó e incorporá-lo a uma matriz alimentar comumente utilizada, como a soja, como forma de complementação nutricional. O objetivo deste estudo foi, portanto, avaliar a qualidade proteica do grilo preto em pó, associado à farinha de soja, e seus efeitos sobre marcadores metabólicos e saúde intestinal de ratos Wistar. Quarenta animais foram distribuídos em 5 grupos (n=8): AIN-93G: controle caseína; GP: 100% da proteína do grilo preto em pó; GPFS: 30% da proteína do grilo preto em pó e 70% da farinha de soja; FS: 100% da proteína da farinha de soja; e AP: dieta aproteica. A qualidade proteica foi avaliada pelos índices de coeficiente de eficiência alimentar (CEA), coeficiente de eficiência proteica (PER), razão proteica líquida (NPR) e digestibilidade verdadeira (DV). Os marcadores metabólicos foram avaliados por parâmetros bioquímicos, balanço oxidativo e histologia do fígado. O efeito na saúde intestinal foi avaliado por histomorfometria do cólon, além da coloração, consistência, umidade e pH das fezes e produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC). Ao final de 30 dias, após jejum de 12 horas, os animais foram anestesiados com isoflurano a 3% e eutanasiados por punção cardíaca. O sangue, fígado, cólon e fezes do ceco foram coletadas para análises. A ingestão alimentar do grupo GP foi maior que o grupo controle. O CEA, PER, NPR e DV foram maiores no grupo AIN-93G; apesar disso, todos os grupos apresentaram um PER acima de 2,0, indicando uma proteína de alta qualidade. Quanto à DV, todos os grupos apresentaram valores maiores que 90%, o que remete à boa digestibilidade. A avaliação histológica do fígado demonstrou similaridade entre GPFS, FS e AIN-93G para inflamação e esteatose hepática, entretanto, o grupo GP apresentou aumento dessas variáveis. Os grupos que continham grilo em sua composição (GP e GPFS) apresentaram atividade de superóxido dismutase (SOD) e glutationa-S-transferase (GST) semelhantes ao controle, enquanto o grupo FS apresentou maior atividade de GST comparado aos demais. O grupo GP apresentou redução de malondialdeído (MDA) e aumento de óxido nítrico (ON), quando comparado aos grupos teste. O grupo GPFS foi semelhante ao controle para os produtos de oxidação e o grupo FS apresentou redução na produção de ON. O grupo GP demonstrou redução de glicose e colesterol total em relação ao controle, e o GPFS apresentou redução de colesterol total e triglicerídeos em comparação ao controle e FS. Todos os grupos teste reduziram o colesterol LDL em relação ao controle. Houve aumento nos níveis de ureia e creatinina no grupo FS, enquanto as concentrações de AST reduziram nos grupos GPFS e FS. Quanto à saúde intestinal, o grupo GPFS demonstrou aumento da umidade fecal, comparado ao controle. O pH, coloração e consistência das fezes foram semelhantes entre os grupos experimentais. A produção de ácido propiônico nos grupos teste foi similar, porém menor que o controle, enquanto o ácido butírico foi menor no grupo FS em comparação ao controle. Não houve diferenças nos parâmetros histomorfométricos do cólon entre os grupos. Com base nos resultados, conclui-se que o grilo preto em pó é uma alternativa promissora de alta qualidade proteica, com efeitos benéficos na saúde intestinal, sem prejuízos à saúde hepática quando associado à farinha de soja. Palavras-chave: entomofagia; Gryllus assimilis; insetos comestíveis; Glycine max L.; digestibilidade proteica; estresse oxidativo; funcionamento intestinal. |