Análise da desindustrialização brasileira a partir de modelos de consistência de estoque e fluxos
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos Doutorado em Economia Aplicada UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/148 |
Resumo: | A literatura econômica hetorodoxa, mais precisamente a corrente kaldoriana, atribui ao setor industrial um papel estratégico no crescimento das economias. E, diante da importância da indústria para a dinâmica econômica, as discussões sobre o possível processo de desindustrialização da economia brasileira despertou a necessidade de realização de estudos a fim de se identificar os efeitos da redução de participação do setor industrial na produção do país. A apreciação da taxa real de câmbio é apontada como responsável pela redução da competitividade externa das manufaturas brasileiras e, esta apreciação cambial, estaria ocorrendo em função dos diferenciais entre as taxas de juros doméstica e internacional. Dado esse contexto, o objetivo deste estudo é avaliar os impactos de mudanças na política monetária e cambial e de alterações na composição da pauta de exportações sobre o desempenho da economia, utilizando um modelo de equilíbrio geral com fechamento kaleckiano-estruturalista. A estruturação do modelo analítico inclui a determinação do produto pelo enfoque da demanda agregada, os setores atuam abaixo da plena capacidade, com preços e quantidades endógenas e os investimentos são determinados por uma equação independente do nível de poupança. Além disso, tal abordagem permite utilizar variáveis nominais, o que viabiliza a análise da interação entre o lado real e financeiro da economia. Formalmente, seguem-se os princípios dos modelos de consistência de estoque e fluxos. Os dados foram calibrados para 2003 e o modelo tem capacidade de redizer os efeitos de políticas econômicas em um intervalo de até cinco períodos. Os resultados simulados, quando comparados com os dados observados na economia brasileira, indicam um bom ajustamento do modelo, o que permite, assim, o seu uso na análise dos cenários de política monetária (expansionista), política cambial (depreciação do câmbio real) e de alterações exógenas na pauta de exportações. Quando simulado uma política monetária expansionista observa-se uma depreciação da taxa real de câmbio, como predito pela literatura. As exportações, em especial de bens manufaturados, respondem ao aumento da competitividade, incentivando os investimentos e gerando aumento na renda. Impactos positivos sobre os agregados econômicos são observados também em um cenário de taxa de câmbio depreciada. O melhor desempenho do setor externo implica em elevação dos investimentos produtivos, em especial nos segmentos industriais, o que agrega ao país os ganhos decorrentes da diversificação da estrutura produtiva. Ressalta-se que a ampliação da produção nos setores industriais minimiza os efeitos e retardam a instauração do processo de desindustrialização na economia brasileira. Todavia, a análise de redução da participação dos bens manufaturados na pauta de exportações reforça os efeitos contracionistas obtidos em um ambiente de juros nominais elevados e consequente apreciação cambial. A perda de competitividade dos bens manufaturados no cenário internacional se reflete de forma negativa sobre o produto, a renda e os níveis de investimentos. Os resultados obtidos reforçam a importância do setor de manufaturas para o crescimento econômico, principalmente em um ambiente de taxa de câmbio competitiva. |