Autoficção e memória em A gorda de Isabela Figueiredo
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/30837 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.221 |
Resumo: | O presente trabalho tem por objetivo o estudo do romance A gorda de autoria da escritora moçambicana Isabela Figueiredo lançado primeiramente em 2016. Pensando o romance como a continuação de seu primeiro trabalho, a autobiografia Cadernos de memórias coloniais, propomos uma leitura autoficcional e memorialística do romance, uma vez que, através de dados biográficos da autora e através de entrevistas, é possível observar diversas semelhanças entre a protagonista do romance, Maria Luísa e sua criadora, Isabela Figueiredo: ambas são filhas de pais colonos portugueses, frequentaram o colégio interno, são professoras e jornalistas, além de compartilharem a semelhança física sendo ambas mulheres gordas. Desse modo, através da leitura proposta, foi possível observar que, através da Autobiografia, foi criada uma narrativa que revisita a história através da história individual, trazendo à luz temas que já foram silenciados como a colonização portuguesa na África, nesse caso específico, em Moçambique e as questões inerentes ao ser mulher. Dividido em três capítulos, esta dissertação mobiliza conhecimentos acerca da Pós-modernidade, da Autoficção, da memória e da história. Em um primeiro momento discutimos as possibilidades temáticas e formais abertas pelo pós-moderno e as mudanças ocorridas na literatura portuguesa desse período recorrendo, principalmente, a autores como Lyotard (2021), Santos (2013), Lourenço (2016), Hutcheon (1991), Bauman (1996) e Real (2012). Em seguida, no nosso segundo capítulo, abordamos o trajeto da escrita de si até chegarmos à Autoficção e suas especificidades. Para tal, recorremos, principalmente, a Bakhtin (2018), Lejeune (2014), Colonna (2014), Lecarme (2014), Gasparini (2014) e Booth (1978). Já em nosso terceiro capítulo, propomos a interseção entre Autoficção, memória e história, buscando entender como, através da organização formal do romance, a autora recupera as memórias de seu lar, tanto o moçambicano quanto o português, e revisita a história da colonização portuguesa em Moçambique através dos embates geracionais com o pai e questiona o lugar da mulher através dos embates ideológicos com a mãe. Para estas discussões recorremos a Said, Nora (1993), Kosaleck (2016), LeGoff, Bachelard (1978), Nietzsche (2007). PALAVRAS-CHAVE: Literatura contemporânea. Pós-modernidade. Autoficção. Memória. História. |