Resumo: |
O experimento foi conduzido no Departamento de Engenharia Agrícola, na Universidade Federal de Viçosa, com o objetivo de avaliar e parametrizar modelos de mineralização do nitrogênio orgânico, em solo tratado com água residuária da suinocultura (ARS), sob diferentes temperaturas e conteúdos de água, utilizando-se o modelo exponencial simples e o modelo potencial. Amostras de 57,3 cm 3 de Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, de textura muito argilosa, foram misturadas com a ARS, em quantidade correspondente a 400 kg ha -1 de nitrogênio, colocadas em copos plásticos com volume de 60 cm 3 e incubadas sob quatro diferentes temperaturas (15, 20, 25 e 35oC) e conteúdos de água (correspondentes às tensões de 10, 30, 200 e 1500 kPa). Aos 3, 6, 12, 24, 48 e 96 dias de incubação, foram retiradas amostras do solo para análises da concentração de amônio e nitrato e, aos 3 e 96 dias de incubação, foram determinados os valores do pH e da condutividade elétrica. Com base nos valores da concentração de nitrogênio mineralizado (nitrato + amônio), obtidos ao longo de diferentes tempos de incubação, foram determinados os valores dos parâmetros dos modelos de mineralização. Em todas as situações, o valor do nitrogênio potencialmente mineralizável (N 0 ) no solo que recebeu ARS foi superior ao do solo que não recebeu ARS. Para o solo sem ARS, os valores de N 0 variaram de 26,15 a 96,59 mg kg -1 , enquanto em solo com ARS variaram de 73,85 a 207,16 mg kg -1 . Os valores da viiconstante de mineralização (k) no solo com ARS variaram entre 0,0612 a 0,2798 dia -1 , enquanto nos solos sem ARS variaram de 0,0162 a 0,2641 dia -1 . A constante de mineralização (k) em solo com ARS foi sempre maior sob temperaturas de 25 e 35oC, em relação ao solo sem ARS, enquanto que, nas outras temperaturas, os resultados foram variáveis. Houve tendência do modelo exponencial simples subestimar os valores da concentração de nitrogênio mineralizado. Os parâmetros N 0 e k do modelo exponencial simples correlacionaram-se negativamente, tanto em solo sem ARS, quanto em solo com ARS, assim como os parâmetros A e b do modelo potencial. Os valores da constante de mineralização (A) do modelo potencial, no solo sem ARS, foram sempre menores que os obtidos para solo com ARS. A constante de mineralização (A) em solo sem ARS não correlacionou-se com a temperatura, porém, correlacionou-se com o conteúdo de água. Em solo com ARS, a constante de mineralização (A) não correlacionou-se nem com a temperatura nem com o conteúdo de água no solo. O modelo potencial foi mais eficiente para predizer a mineralização do nitrogênio orgânico, exceto sob temperatura de 35oC, em solo com ARS. |
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