Biologia de Oncideres ulcerosa (Germar, 1824) em Ficus benjamina L. (Moraceae) e caracterização molecular de O. ocularis, O. saga e O. ulcerosa (Coleoptera: Cerambycidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Cordeiro, Gláucia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Doutorado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/928
Resumo: Entre os membros da subfamília Lamiinae encontram-se os serradores que roletam os ramos e o tronco principal das árvores. A fase larval é a que apresenta maior duração no ciclo de vida dos serradores. Em Minas Gerais são comumente encontradas as espécies Oncideres saga (Dalman, 1823), Oncideres ocularis Thomson, 1868 e Oncideres ulcerosa (Germar, 1824). São poucas as pesquisas realizadas com O. ulcerosa. Outra carência no conhecimento dos serradores é a sua identificação a partir de imaturos. Os objetivos deste trabalho foram ampliar as informações sobre o desenvolvimento, a morfologia e a etologia de O. ulcerosa no hospedeiro figueira-benjamim (Moraceae: Ficus benjamina L.) (Capítulo 1) e testar a técnica de RAPD (Polimorfismo de DNA Amplificado por Acaso) na identificação das espécies citadas do gênero Oncideres (Capítulo 2). O estudo sobre O. ulcerosa foi desenvolvido em condições de campo em Cachoeira do Brumado, distrito do município Mariana-MG e no laboratório Casa dos Cupins, da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG. Foram utilizados adultos de O. ulcerosa e galhos de figueira-benjamim roletados. Para a caracterização molecular dos serradores utilizou-se de tecido das pernas dos adultos e dos abdomens das larvas para a extração do DNA total. Foram usados dois primers (OPA-05 e OPB-13) nas análises de RAPD. A maioria (83,3%) das incisões de posturas de O. ulcerosa estava tampada por uma substância. Os ovos apresentaram formato alongado, achatados e com a estrutura do córion reticulada. O período embrionário foi de 7,8±0,4 dias e a viabilidade dos ovos foi de 45,7%. As hipóteses de seis ou sete ínstares apresentaram melhor valor de K de acordo com a regra de Dyar. As larvas realizaram roletamento na parte interna do galho. As pupas fêmeas tiveram comprimento, largura e distância entre a implantação das antenas de 22,63±0,62 mm; 5,53±0,26 mm e 2,16±0,07 mm, respectivamente. As pupas de machos apresentaram comprimento, largura e distância entre as antenas de 20,64±0,85 mm, 4,68±0,16 mm e 1,18±0,06 mm, nesta ordem. O comprimento do corpo das pupas não apresentou diferença significativa entre os sexos. A viabilidade pupal foi de 73%. O comprimento total da antena, a distância entre a implantação das antenas, a largura do terceiro antenômero e o comprimento do último antenômero foram os melhores caracteres para sexagem dos adultos. O surto de adultos, em 2012, começou em fevereiro e foi até maio. Já em 2013, foi de janeiro a início de junho. O. ulcerosa também ocorreu em Viçosa, Teixeiras, Ponte Nova e Acaiaca, Minas Gerais. Fêmeas, machos e os casais viveram 63±7,28; 71±7,30 e 58±5,19 dias, respectivamente. O terço superior dos galhos roletados foi o local mais utilizado para alimentação. Já o terço inferior apresentou a maior porcentagem de ovos (54,9%). Um roletamento de O. ulcerosa causou a perda média de 512±57,8 folhas por galho. As dimensões dos galhos roletados, a utilização destes galhos pelos serradores, cerambicídeos associados e inimigos naturais não inflenciaram o comportamento de O. ulcerosa em realizar o roletamento de forma parcial ou completa. O. ulcerosa apresentou hábito preferencialmente sedentário. Observou-se nos galhos roletados a presença de outros cerambicídeos associados e inimigos naturais. Os resultados obtidos através da análise dos marcadores RAPD foram úteis na identificação de O. ocularis, O. saga e O. ulcerosa a partir de suas larvas e adultos.