Comércio internacional e crescimento econômico: uma análise considerando os setores e assimetria de crescimento dos estados brasileiros
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos Mestrado em Economia Aplicada UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/91 |
Resumo: | O crescimento econômico é determinado por diversos fatores, tais como progresso tecnológico, crescimento populacional, capital físico e capital humano. Além dessas fontes, podem-se destacar ainda aquelas relacionadas às instituições, corrupção e o comércio internacional. Diante da intensificação do processo de globalização no final da década de 1980 acentuou-se o debate em torno de como o comércio internacional afeta o crescimento econômico. Embora alguns estudos empíricos não concordem que o comércio internacional sempre desempenha efeito positivo sobre o crescimento econômico, como destacado por Bleaney (1997), no caso do Brasil, foi possível verificar que paralelamente ao crescimento das exportações houve um incremento do PIB em todos os estados no período de 1995 a 2011. Considerando essa relação, e a heterogeneidade existente entre as unidades de federação, faz-se relevante analisar os efeitos dos diferentes fatores, com destaque para o comércio internacional, sobre o desempenho econômico brasileiro. Os trabalhos existentes na literatura focam na análise da relação entre comércio mundial e crescimento econômico como um todo. No entanto, a análise dos efeitos do comércio internacional, considerando as exportações e importações por fator agregado e a assimetria no padrão de crescimento dos estados brasileiros ainda foram pouco explorados. Neste contexto, a presente pesquisa objetivou analisar a relação entre comércio internacional dos produtos básicos, semimanufaturados e manufaturados e crescimento econômico dos estados, no período de 1995 a 2011. Especificamente, buscou-se: i) Analisar o comportamento do padrão de comércio internacional dos estados da federação brasileira; ii) Avaliar o crescimento econômico dos estados brasileiros; iii) Identificar o efeito de diferentes fatores sobre o crescimento econômico das unidades de federação; iv) Analisar como o comércio internacional afetado por medidas não tarifárias impacta o desempenho econômico dos estados; v) Verificar os efeitos do comércio externo sobre o crescimento econômico dos estados, considerando diferentes faixas de crescimento. O embasamento teórico fundamentou-se nas teorias do crescimento econômico e teorias do comércio internacional. Para a operacionalização analítica foram utilizados dados estaduais em painel dinâmico. Na determinação dos parâmetros de interesse utilizou-se o estimador de Arellano e Bond e também a técnica de regressão quantílica. As variáveis utilizadas no modelo foram: comércio internacional, investimento, infraestrutura, educação, dummycrise, população, gasto do governo e parcela do comércio internacional afetado por MNTs. De maneira geral, os coeficientes estimados mostraram-se coerentes e significativos. Com base nos resultados encontrados para o modelo de painel dinâmico, verificou-se que a variável população foi, com exceção, a que não apresentou significância estatística. Além v disso, em relação à variável foco da pesquisa, o comércio internacional, verificou-se que o comércio de produtos básicos, semimanufaturados e manufaturados apresentou relação positiva e estatisticamente significativa com o crescimento econômico dos estados. Ademais, destaca-se que o comércio de produtos semimanufaturados afetado por acordos SPS e TBT exerceu efeito negativo sobre o crescimento econômico dos estados. Já para os produtos básicos e manufaturados, o comércio, quando afetado por MNTs não influenciou o PIB. Ao se levar em conta a assimetria no crescimento econômico das unidades de federação os resultados encontrados indicam que ocorreu mudança no sinal e, ou, na significância estatística, em determinados quantis se comparados ao modelo de painel dinâmico, para variáveis representativas do comércio internacional de produtos manufaturados, população e gastos do governo. É possível concluir que o comércio internacional desempenha papel relevante na determinação da renda dos estados brasileiros, uma vez que a abertura comercial pode levar a uma maior demanda por mão de obra, insumos e serviços relacionados aos setores exportadores e importadores, o que consequentemente acarreta maior crescimento econômico. Conclui-se, também, que há necessidade de expandir tanto o comércio internacional dos estados, quanto de adotar políticas públicas complementares capazes de fomentar o crescimento econômico. Estas políticas devem buscar melhorias principalmente da produtividade e da qualidade do capital humano, que são capazes de estimular o surgimento de novas tecnologias bem como facilitar a absorção de tecnologias já existentes, tornando assim os estados mais competitivos no mercado mundial. |