Pedagogia do Movimento Agroecológico: fundamentos teórico-metodológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Marcio Gomes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28384
Resumo: O objetivo desta tese é analisar os fundamentos teórico-metodológicos da Pedagogia do Movimento Agroecológico, tendo em conta as contradições capital/trabalho e as mediações entre trabalho e educação nas experiências educativas desenvolvidas na Zona da Mata de Minas Gerais. O materialismo histórico e suas categorias foram empregados como referenciais de análise. Os procedimentos de pesquisa foram organizados em entrevistas, análise documental, pesquisa bibliográfica e participação em eventos de agroecologia. Partiu- se do pressuposto de que essas experiências vêm conformando e, ao mesmo tempo, constituindo o que se denomina Pedagogia do Movimento Agroecológico. Defendeu-se a tese de que, historicamente vinculadas à Educação Popular, essas experiências educativas calcadas nas concepções freirianas de Educação e de mundo, e desenvolvidas na Zona da Mata mineira foram, ao longo do tempo, criando laços com a agroecologia e incorporando concepções e práticas político-pedagógicas da Educação do Campo, a qual tem no materialismo histórico dialético seu referencial teórico-metodológico. A Pedagogia do Movimento Agroecológico, portanto, se constitui e se tece na confluência entre os saberes do trabalho camponês, Educação Popular e Educação do Campo. Seus fundamentos possuem matrizes ético- políticas e técnico-produtivas e reúnem um conjunto de princípios pedagógicos que orientam as experiências educativas, e com elas os conteúdos programáticos, os objetos do fazer, do saber e do ensinar agroecologia, tais como: a) o princípio educativo do trabalho camponês, considerado em sua dimensão histórico-ontológica; b) o enfoque de gênero e do feminismo na estruturação da formação em agroecologia; c) a pesquisa participante como dimensão educativa – elaboração de metodologias para que haja interação entre saberes do trabalho camponês e conhecimento científico; d) eventos e encontros de formação política e cultural – que permitem compreender mediações e contradições na promoção da agroecologia nos territórios. A produção do conhecimento, na experiência do Movimento Agroecológico na Zona da Mata, vai constituindo e fundamentando a sua Pedagogia, que passa a ganhar sentido na unidade dialética entre ciência, prática e movimento. Dessa forma, se configura, a partir de uma ciência produzida em interação com os saberes do trabalho camponês, fundamentada nas relações sociais de produção da agricultura camponesa e nos processos ecológicos presentes nessas relações. Um movimento social que reúne na agroecologia o conteúdo programático da sua educação, cuja intencionalidade é promover novas relações socioecológicas. E uma prática social, que parte de estratégias camponesas de produção da existência mediadas pelo trabalho camponês, na qual o trabalho se manifesta enquanto um princípio educativo e, ao mesmo tempo, um princípio pedagógico que orienta e estrutura o cotidiano da formação de trabalhadores/as do campo em agroecologia, numa perspectiva também de formação política no contexto da luta de classes. Palavras-chave: Trabalho Camponês, Agroecologia, Educação do Campo, Educação Popular.