Efeitos do aleitamento materno exclusivo e de outros alimentos nos primeiros seis meses de vida no estado nutricional, composição corporal e perfil lipídico de crianças de 4 a 7 anos de idade
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis Mestrado em Ciência da Nutrição UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2743 |
Resumo: | As elevadas prevalências de fatores de risco para as doenças cardiovasculares em crianças fazem com que sejam necessárias medidas preventivas em estágios cada vez mais precoces do desenvolvimento. A exposição a fatores ambientais nos períodos críticos tem sido descrita como capaz de influenciar no desenvolvimento de doenças ao longo da vida. Devido à alta plasticidade apresentada, a fase fetal, a infância e a adolescência são considerados períodos críticos. No que se refere à infância, o aleitamento materno é o fator que tem sido mais mencionado. Além de seu efeito na saúde e desenvolvimento do lactente por sua adequada composição nutricional, sugere-se que o aleitamento materno seja um fator protetor ao desenvolvimento da obesidade e de doenças crônicas não transmissíveis ao longo da vida, mas os estudos sobre o tema são controversos. Objetivou-se avaliar os efeitos do aleitamento materno exclusivo e do consumo de outros alimentos nos primeiros seis meses de vida no estado nutricional, composição corporal e no perfil lipídico de crianças com idades entre 4 e 7 anos, atendidas nos primeiros meses de vida pelo Programa de Apoio à Lactação (PROLAC) no município de Viçosa, Minas Gerais. Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva. A amostra inicial foi constituída por todas as crianças atendidas desde a instalação do Programa do município, em agosto de 2003, até o período determinado para que tivessem, ao início deste estudo, 4 anos de idade e que atendiam aos critérios de inclusão (n=256). Considerando as perdas por não localização e aquelas devido aos critérios de exclusão que foram considerados após a localização dos domicílios, a amostra final foi constituída por 185 crianças. A coleta de dados foi dividida em duas etapas, sendo a primeira a coleta dos dados retrospectivos mediante consulta a prontuários do PROLAC, na qual foram coletadas informações sobre o tempo de aleitamento materno exclusivo (AME), a idade de introdução de alimentos sólidos e o consumo dos substitutos do leite materno, leite de vaca e fórmulas lácteas. Na segunda etapa, em idades de 4 a 7 anos, as crianças foram avaliadas quanto ao peso, estatura, perímetro da cintura, composição corporal avaliada por DEXA e perfil lipídico. As variáveis consideradas na avaliação do efeito do AME e alimentação infantil foram: Índice IMC/I, percentual de gordura corporal total e da região andróide, perímetro da cintura e perfil lipídico. Variáveis maternas, gestacionais, de nascimento, assim como sociodemográficas, de saúde, hábitos de vida e alimentação referentes à idade posterior avaliada foram verificadas como fatores de confusão. Para as análises relacionadas ao estado nutricional e composição corporal, uma variável adicional foi o balanço energético e no caso das avaliações envolvendo o perfil lipídico, o estado nutricional e o percentual de gordura corporal total também foram testados como possíveis fatores de confusão. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa. Realizaram-se análises bivariadas e multivariadas, essas últimas por meio de regressão logística múltipla. Das crianças avaliadas, 101 (54,6%) eram do sexo masculino. A idade média foi de 72 ± 10,7 meses. A mediana do tempo de amamentação exclusiva foi de 3 meses e de idade de introdução de alimentos sólidos foi de 5 meses. Observou-se que 42,7% (n=79) receberam leite de vaca e 35,7% (n=66) receberam fórmulas lácteas nos primeiros seis meses de vida. Considerando-se o risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade, 21,1% das crianças (n=39) apresentaram alterações do estado nutricional. Alterações de perfil lipídico foram observadas em 73,5% das crianças (n=136) em relação ao colesterol total, sendo que 27,0% (n=50) apresentaram valores limítrofes e 46,5% (n=86) aumentados. Com relação aos demais parâmetros, 46,5% (n=86) apresentaram valores limítrofes e 9,2% (n=17) valores aumentados de LDL, 35,5% (n=65) possuíam valores de HDL abaixo do desejável e 4,9% (n=9) valores aumentados de triglicerídeos. O tempo de AME, consumo de substitutos do leite materno e a idade de introdução de alimentos sólidos não se associaram ao estado nutricional, composição corporal e perfil lipídico das crianças, o que não se alterou após ajuste pelos fatores de confusão, com associações e valores de odds ratios não significantes. Também não foram observadas diferenças significantes dos parâmetros de saúde avaliados entre os diferentes grupos de alimentação infantil e tempo de AME. Estes resultados, apesar de contraditórios em relação às hipóteses de efeitos do aleitamento materno ao longo da vida, corroboram com os encontrados por outros pesquisadores. Controle por fatores de confusão, forma de obtenção dos dados de aleitamento materno, definições utilizadas para a categorização, diferentes referências antropométricas e idades de avaliação dos desfechos, tamanhos amostrais e vieses de publicação são fatores importantes para as divergências entre resultados e estes ainda são controversos na literatura. |