Estresse causado por inseticidas em duas espécies de inimigos naturais (Aphidius colemani e Eriopis connexa) de pulgões

• Ano de defesa: 2017
• Autor(a) principal: D’ávila, Vinícius de Abreu
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
• Palavras-chave em Português: Controle biológico; Exposição subletal; Resistência a inseticida; Entomologia Agrícola
• Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/27094

Diante a necessidade de diminuir os efeitos deletérios do uso contínuo de inseticidas e ao mesmo tempo maximizar a produção agrícola, surge a necessidade de se integrar o controle biológico e o controle químico de maneira eficiente e harmoniosa. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito de concentrações subletais de inseticidas em inimigos naturais do pulgão Myzus persicae (Sulzer, 1776) (Hemiptera: Aphididae) e a possibilidade da utilização dos dois métodos simultaneamente. No primeiro capítulo foi avaliado o efeito da exposição residual de dois inseticidas convencionais, imidacloprid e lambda-cialotrina, e do biopesticida spinosad sobre a longevidade e reprodução do parasitoide Aphidius colemani Viereck (Hymenoptera: Aphidiidae). A curva de concentração-mortalidade mostrou que o parasitoide foi 20 vezes mais suscetível ao spinosad que ao imidacloprid e ao lambda-cialotrina, com concentrações menores que a recomendada a campo reduzindo mais da metade a longevidade do parasitoide. Por outro lado, embora imidacloprid e lambda-cialotrina tenham comprometido a taxa de parasitismo do A. colemani, o lambda-cialotrina não alterou o número de vespas produzidas. No segundo e terceiro capítulo duas linhagens do predador Eriopis connexa (Germar) (Coleoptera: Coccinellidae), uma resistente e outra suscetível a piretroides, foram expostas a concentrações subletais de lambda-cialotrina sendo avaliado o seu efeito na longevidade, reprodução, mobilidade e forrageamento desses predadores. Bioensaios de sobrevivência com lambda-cialotrina permitiram a estimativa dos tempos de exposição subletais na maior concentração recomendada a campo tanto para resistentes, expostas por 48 horas, quanto para suscetíveis, expostas por 45 minutos. Em relação aos aspectos reprodutivos, sem a exposição prévia ao lambda-cialotrina os machos de ambas linhagens mostraram mais rapidez para a monta precisando de menos tentativas para isto. A exposição ao lambda-cialotrina prolongou o tempo de cópula e diminuiu o tempo de tremulação do corpo da fêmea no início da cópula. As fêmeas suscetíveis também apresentavam um tempo maior na cópula quando comparadas as resistentes resultando em uma maior fertilidade e um maior pico de produção de progênie mantendo a produção por muito mais tempo. A exposição ao lambda-cialotrina reduz o pico de produção da linhagem resistente e o período para linhagem suscetível. Em relação a mobilidade, quando confinadas em áreas parcialmente tratadas com lambda-cialotrina a linhagem suscetível apresentou uma redução na velocidade e percorreu uma menor distância, o que pode ser um resultado da desordenação dos movimentos do predador diante a exposição ao inseticida. Não foi detectada repelência, porem 40% dos indivíduos apresentaram irritabilidade. Entretanto, os insetos permaneceram por mais tempo na porção contaminada com inseticida da arena favorecendo sua exposição prolongada. Em relação aos indivíduos expostos previamente ao inseticida, apesar de não apresentarem diferença em relação ao manuseio da presa, a busca de presas por adultos resistentes foi significativamente prolongada como consequência da exposição ao inseticida, esse resultado apresenta uma correlação significativa com o tempo em repouso e a distância percorrida, assim como uma correlação significativa negativa com a velocidade. Assim, a exposição subletal afetam o forrageamento por predadores resistentes ao piretroide exibindo busca de presas prolongadas associadas a uma maior distância caminhada com maior intervalo de repouso e baixa velocidade, reduzindo sua performance predatória.