Contaminação por microplásticos em ambientes da Antártica Marítima

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Miranda, Caik Oliveira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Solos e Nutrição de Plantas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29510
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2021.135
Resumo: O plástico é um material onipresente no cotidiano da sociedade que apresenta características atrativas para diversos usos. O crescimento da produção e consumo de itens plásticos têm contribuído para geração de grandes quantidades de resíduos plásticos no planeta, que tendem a se acumular no ambiente natural. Os microplásticos, partículas de plástico menores 5 mm, já foram detectados em todos os oceanos do globo terrestre, e representam uma grande preocupação ambiental para os ambientes marinho e costeiro. Recentemente foi demonstrado que o continente antártico não está livre da presença deste tipo de contaminante. O presente estudo investigou a presença de microplásticos grandes (> 0,5 mm) em ambientes costeiros das ASPAs 128 e 126, Antártica Marítima, buscando traçar relações entre as concentrações de microplásticos e fatores que influenciam sua ocorrência. Foram coletadas amostras de sedimento de praias, terraços marinhos e áreas influenciadas pela fauna marinha antártica. As amostras passaram por etapas de fracionamento, separação por densidade e digestão de matéria orgânica, e foram identificadas por análise visual com posterior confirmação em espectroscopia de Raman. O estudo confirmou a presença de microplásticos grandes em sedimentos do ambiente de praia nas ASPAs 128 e 126. Foram identificados 3 microplásticos e 1 partícula de origem antropogênica em 4 das 15 amostras analisadas, resultando em baixas concentrações (máx. 20,7 partículas kg -1 ). Na maior parte das amostras (73%), a contaminação por microplásticos grandes é indetectável ao procedimento analítico adotado. Com os resultados obtidos, não foi possível obter comparações significativas entre a concentração e características de microplásticos com os diferentes ambientes amostrados. Embora a análise granulométrica do sedimento tenha revelado diferenças significativas entre os parâmetros estatísticos sedimentológicos nas diferentes zonas do ambiente de praia amostradas, os sedimentos das áreas amostradas são dominantemente grosseiros e pobremente selecionados. Os resultados sugerem que os mesmos fatores que contribuem para a formação de um pacote sedimentar grosseiro e pobremente selecionado podem favorecer as concentrações inexpressivas de microplásticos grandes nas áreas amostradas. O controle analítico se apresentou como um fator limitante para a análise de fibras nas amostras. Os resultados obtidos contribuem para o monitoramento ambiental de ASPAs terrestres, conforme previsto no Protocolo de Proteção Ambiental no Tratado da Antártica, e fomenta o desenvolvimento de novas pesquisas na área, ainda escassas na literatura. Palavras-chave: Microplásticos grandes. Sedimentos. Ambientes pristinos. ASPA. Fauna marinha antártica. Espectroscopia Raman.