Fixação de carbono em um sistema agroflorestal com eucalipto na região do cerrado de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Tsukamoto Filho, Antonio de Arruda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9218
Resumo: O trabalho foi realizado no município de Paracatu, região de cerrado do Estado de Minas Gerais, na fazenda Riacho, pertencente à Companhia Mineira de Metais – CMM, com o objetivo de estudar a fixação de carbono (C) pelo sistema agrissilvipastoril com eucalipto, atento às possibilidades de esse sistema ser utilizado como alternativa de projeto de MDL (mecanismo de desenvolvimento limpo), envolvendo as atividades de uso da terra, recuperação de áreas degradadas, substituição de fonte energética, substituição de fonte de C, florestamento e reflorestamento. Esse sistema consiste no plantio escalonado no tempo de eucalipto (espaçamento 10 x 4 m) e culturas agrícolas (arroz e soja), na formação de pastagem e na criação de animais em uma mesma área. Para este estudo, determinou-se a biomassa florestal por meio do modelo 3-PG e, posteriormente, calculou-se a quantidade de C fixado na matéria seca do eucalipto. Para executar o modelo 3-PG foram utilizados dados de solo, clima e do povoamento florestal. Foram coletadas amostras de material vegetal das culturas agrícolas e da pastagem em parcelas distribuídas em diferentes distâncias da linha de plantio de eucalipto (1, 2,8 e 4,6 m), em pontos de amostragem casualizados. O material coletado foi pesado e colocado para secar em estufa, para posterior determinação de C. Os resultados mostraram a rotação técnica e a rotação econômica (venda de madeira para energia), calculada em função do volume de madeira, ocorrendo aos 6 e 7 anos, respectivamente. Nessas idades, a madeira foi o componente da árvore que apresentou maior quantidade de biomassa, seguida pelo litter, pela raiz, pela casca + galho e pela folha. A quantidade de C fixado pelo eucalipto no sistema agrissilvipastoril foi de 52,82 t/ha na rotação técnica e de 59,25 t/ha na rotação econômica. O litter de eucalipto mostrou-se com grande potencial de fixação de C, aumentando em 16,57 e 16,36% o total fixado nas idades de rotação técnica e rotação econômica, respectivamente. Porém, o componente da árvore que mais contribuiu para a fixação de C no sistema agrissilvipastoril foi a madeira. Por isto, a parte aérea (madeira + folha + casca + galho) representou 73,26% do C total fixado (parte aérea + raiz + litter) na idade de rotação técnica e 74,65% na idade de rotação econômica. De modo geral, o eucalipto no sistema agrissilvipastoril conseguiu fixar maior quantidade de C que nos espaçamentos 3 x 2 m e 3 x 3 m. A rotação técnica, com base no C total do eucalipto, incluindo o litter, ocorreu aos 5 anos de idade tanto no sistema agrissilvipastoril como nos espaçamentos 3 x 2 m e 3 x 3 m, mostrando que esse sistema foi o mais indicado para projetos de MDL, uma vez que fixou maior quantidade de C nessa idade que aqueles dois espaçamentos. Com relação às culturas agrícolas e à pastagem, notou-se que a distância da linha de plantio de eucalipto não afetou a fixação de C. Por outro lado, essas culturas agrícolas provocaram a antecipação da rotação técnica de C no sistema agrissilvipastoril, que ocorreu aos 4 anos de idade. Quando se considerou somente o C da madeira, a rotação passou para o ano 5. Em comparação com o monocultivo de eucalipto (espaçamentos 3 x 2 m e 3 x 3 m), com os monocultivos de arroz e soja e com a pastagem a céu aberto, o sistema agrissilvipastoril conseguiu fixar maior quantidade de C, tornando-se assim uma ótima opção para projetos de MDL no Brasil.