Análise econômica de dois sistemas de descascamento de madeira de eucalipto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Miranda, Gabriel de Magalhães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de
Mestrado em Ciência Florestal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3184
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo a análise de dois sistemas de descascamento de madeira de eucalipto, utilizados por empresas florestais brasileiras, com o intuito de identificar o mais vantajoso do ponto de vista econômico. Os sistemas avaliados foram o fixo, composto por um descascador industrial de tambor, e um móvel, composto por trator agrícola adaptado com descascador de rotor com facas rotativas. Foram avaliadas também três alternativas de uso da casca. A parte do estudo referente a coleta de dados de volume e amostras para análise laboratorial foi realizada em áreas da empresa COPENER FLORESTAL LTDA; localizada na região norte da Bahia. A espécie usada para o estudo foi o híbrido Eucalyptus urophilla x Eucalyptus grandis. A amostragem foi feita em dois talhões, escolhidos aleatoriamente, onde foram identificadas 13 classes de diâmetro, sendo abatidas e cubadas duas árvores de cada classe, uma em cada talhão, num total de 26 árvores. Em cada uma dessas árvores, foram retirados anéis de casca nas posições, de 0, 25, 50, 75 e 100% da altura comercial, para a determinação dos teores de umidade, nutrientes, do poder calorífico e da densidade. Em outra etapa, foi enviado às empresas um questionário, abordando as principais questões envolvidas com o descascamento da madeira. Com os dados da cubagem rigorosa, da análise laboratorial e do questionário, foram obtidas as seguintes estimativas: volume total do tronco: 489,02 m3/ha; volume de casca: 49,42 m3/ha; percentual de casca: 10,1%; densidade da casca: 270 kg/m3; biomassa: 13,6 t/ha; umidade: 59,58%; poder calorífico: 3550 kcal/kg; custo de transporte: R$0,0356/m3/km; custo de carregamento e descarregamento: R$1,38/m3; custo do descascamento móvel de R$4,65/m3 e fixo de R$2,00/m3; capacidade de aproveitamento em composto orgânico: 60% do volume; capacidade produtiva em energia elétrica: 500 kwh/m3; teor de taninos: 14,7%; e quantidade de nutrientes em 30 kg de casca: N = 97,17 g, P = 8,60 g, K = 85,72 g, Ca = 754,96 g e Mg = 88,00 g. Estes valores possibilitaram estimar as quantidades de fertilizantes necessárias para reposição, sendo: sulfato de amônio = 486,00 g; superfosfato simples = 218,89 g; cloreto de potássio = 36,21 g; e calcário dolomítico (Ca e Mg) = 3523,33 g, resultando em acréscimo de R$0,46/m3 no custo da madeira. No que diz respeito às partes operacionais dos sistemas, observou-se que o descascamento móvel pode promover redução do custo de transporte, carregamento e descarregamento, no mesmo percentual do volume de casca. No entanto, o custo de descascamento móvel é bastante elevado, fazendo com que, do ponto de vista econômico, para as condições estudadas, este sistema saia em desvantagem. Para o percentual de casca observado, a distância de transporte que equipara os dois sistemas em custos é de 255 km. Os usos alternativos mostraram, em 30 kg de casca, valores de receita de R$10,24, em energia elétrica e de R$6,20 para a extração de taninos. Os resultados observados possibilitaram concluir que: pela situação atual, o sistema fixo é economicamente mais vantajoso que o sistema móvel para o raio de 100 km, tomado como referência; o fator determinante dessa situação é o custo do descascamento móvel bastante superior ao fixo; distâncias inferiores à distância de equiparação favorecem o sistema fixo, enquanto as superiores favorecem o sistema móvel; e as alternativas de uso da casca apresentam receitas que podem amortizar parte dos custos da madeira.