Diversidade fúngica em solos sob pastagens e floresta da Bacia Amazônica e potencial desses fungos para o controle de fitoptógenos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cerqueira, Alan Emanuel Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Microbiologia Agrícola
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/32120
Resumo: A floresta amazônica, considerada um dos locais de maior biodiversidade do planeta, tem sido submetida a elevadas taxas de desflorestamento. Em Rondônia, cerca de 36% do total da área florestal do Estado já foi desmatada, devido, principalmente, às atividades de pastagem. Considerando que ainda pouco se conhece os efeitos que esta conversão pode causar na microbiota do solo, no equilíbrio e na resiliência do ecossistema, estudos vêm sendo realizados para sua melhor compreensão. Entretanto, o maior enfoque tem sido sobre as bactérias, ao passo que os fungos têm sido menos explorados. Em adição, os estudos realizados com fungos não utilizaram, em sua maioria, técnicas de sequenciamento de nova geração. Portanto, a aplicação destas técnicas pode contribuir para o melhor entendimento dos efeitos da alteração do ambiente na composição e diversidade de fungos do solo. Os danos ambientais causados pela utilização de defensivos agrícolas têm estimulado a adoção de práticas ambientalmente corretas, dentre elas, a aplicação de microrganismos e seus metabólitos para o controle biológico de fitopatógenos. Com o avanço da pecuária sobre as áreas das bacias hidrográficas do Rio Mutum-Paraná-RO, está ocorrendo uma conversão da Floresta Ombrófila Aberta em áreas de pastagem. Desse modo, o isolamento de fungos do solo desta região pode favorecer a obtenção de microrganismos aptos a atuarem no biocontrole, antes que estes sejam perdidos por este processo. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo, numa perspectiva ecológica, avaliar de que modo a conversão de floresta em pastagem, na região da Bacia do Rio Mutum-Paraná-RO, altera o perfil funcional, a composição e a diversidade das comunidades fúngicas do solo. Em adição, numa perspectiva biotecnológica, se objetivou obter isolados fúngicos originários de regiões de pastagem e floresta e, testá-los quanto à sua eficiência no controle dos fitopatógenos, Fusarium oxysporum f. sp. cubense causador do mal-do-Panamá na cultura da banana e, Botrytis cinerea e Colletotrichum acutatum causadores do mofo cinzento e, antracnose, na cultura do Morango, respectivamente. Os resultados encontrados não revelaram nítidas diferenças funcionais entre os ambientes. Entretanto, houve uma alteração na composição taxonômica dos fungos com destaque para presença de Glomeromycota apenas na pastagem e ocorrência de Zygomycota praticamente apenas na floresta. O filo Ascomycota foi o mais abundante e Basidiomycota teve baixa incidência em ambos ambientes. Foi observado aumento na diversidade alfa de fungos na pastagem acompanhada por uma homogeneização biótica, neste ambiente. Em relação ao isolamento de fungos, foram obtidos 74 isolados, dos quais cerca de 23 (31%) apresentaram potencial antagônico in vitro a pelo menos um dos fitopatógenos.