Secagem, armazenamento e qualidade de folhas de Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ Doutorado em Engenharia Agrícola UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/790 |
Resumo: | A comercialização de plantas medicinais está inserida num mercado bastante competitivo. No Brasil, apesar da legislação vigente, os medicamentos fitoterápicos ainda são, em grande parte, comercializados de forma precária, em função da ineficiência do controle de qualidade principalmente na etapa de pós-colheita das plantas que servem como matéria-prima para esses medicamentos. A espécie Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf é amplamente conhecida e utilizada em diversos países para fins medicinais e tem seu uso e aplicação nas indústrias farmacêuticas, alimentícias, de cosméticos e perfumaria. Devido à sua importância, vários trabalhos têm sido desenvolvidos em relação a essa espécie. Entretanto, as etapas pós-colheita, entre elas, a secagem e o armazenamento, ainda são carentes de informações. Tendo em vista o mercado de plantas medicinais e a necessidade de conhecimentos específicos na área de engenharia de pré-processamento nesse setor, desenvolveu-se o presente trabalho com a finalidade de equacionar e analisar alguns aspectos da secagem de folhas de C. citratus que permitam prever as alterações na qualidade do produto e o reflexo desse processo durante o período de armazenamento em diferentes embalagens. Avaliou-se, ainda, a qualidade de diferentes marcas de chá da espécie, comercializadas em supermercados e feiras-livres. A etapa experimental foi dividida em três partes: secagem, armazenamento e avaliação de diferentes marcas comerciais de chá de C. citratus. Na secagem, folhas da espécie em estudo foram submetidas a cortes transversais em diferentes comprimentos (2, 5, 20 e 30 cm) e à secagem em secador à gás em diferentes temperaturas do ar aquecido (30, 40, 50 e 60oC). Aos dados experimentais de secagem, ajustaram-se diferentes equações empíricas e semi-empíricas para a modelagem das curvas de secagem. Realizaram-se também avaliações do produto seco, referentes à cor, teor e composição química do óleo essencial. No armazenamento das folhas secas, utilizaram-se três diferentes tipos de embalagem. A primeira, composta por um pacote de polipropileno, envolto por dois pacotes de papel Kraft; a segunda, composta por um pacote de polipropileno; e a terceira, composta por dois pacotes de papel Kraft, envoltos por um pacote de polipropileno. A cada dois meses, eram retiradas amostras e realizadas avaliações do produto referentes à cor, teor de umidade, teor de óleo essencial e sua composição química. Para avaliação da qualidade dos produtos comerciais destinados a chá, foram realizadas análises de colorimetria, rendimento de óleo essencial, assim como a identificação e quantificação de seus constituintes. De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que: a) o modelo de Page modificado foi o que melhor se ajustou aos dados observados para descrição da cinética de secagem da espécie; b) os valores do coeficiente de difusão variaram entre 1,00 x 10-11 a 6,03 x 10-11 m2 s-1; c) os valores da energia de ativação variaram de 35,78 a 51,19 kJ mol-1; d) as folhas no comprimento de corte de 2 e 5 cm e submetidas à secagem, resultaram em maior rendimento de óleo essencial, em relação às folhas secas no tamanho de 20 e 30 cm; e) a temperatura do ar de secagem de 50oC, demonstrou ser a mais indicada para a secagem da espécie em estudo; f) durante o período de armazenamento, o teor de óleo essencial do produto seco decaiu linearmente, independentemente da embalagem utilizada, permanecendo, durante os 12 meses, dentro do estabelecido pela Legislação Brasileira para produtos farmacêuticos; g) o teor de citral e de mirceno reduziu em função do período de armazenamento. Mesmo com o decréscimo, a quantidade de citral no produto ao final dos 12 meses, manteve-se dentro do preconizado pela Farmacopéia Brasileira IV; h) em relação à coloração do produto durante o armazenamento, houve maior alteração na embalagem de polipropileno, a qual não protegia o produto da luz ambiente, resultando, ao final dos doze meses, em um produto com uma coloração verde mais acinzentada; i) dentre as marcas de chás avaliadas, 54,5% apresentaram teor de óleo essencial dentro do estipulado pela Legislação Brasileira para Chás; j) o processo de moagem das folhas secas para chá, produziu perda na quantidade de óleo essencial; l) a concentração de citral obtida entre as amostras analisadas variou de 40,7 a 75,4%, a de mirceno de 0,24 a 7,04% e a de geraniol de 0,40 a 11,3%, mostrando a variabilidade existente na composição química do óleo essencial obtido entre as diferentes marcas. |