Efeito do consumo da ração humana na diversidade botânica da dieta e sobre os marcadores de risco metabólico em mulheres com sobrepeso e obesidade
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis Mestrado em Ciência da Nutrição UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2780 |
Resumo: | O excesso de peso corporal está associado à ocorrência de diversas doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). O maior consumo de alimentos ricos em compostos bioativos e dietas com maior diversidade botânica (DB) são apontados como boas estratégias para modular positivamente mecanismos moleculares associados ao risco de DCNTs. No Brasil, um produto denominado ―Ração Humana‖ (RH), recebeu interesse de consumidores em decorrência de seus supostos efeitos para ―controlar o peso corporal e manter a saúde física e mental‖. O objetivo geral do estudo foi avaliar o efeito do consumo de RH sobre a diversidade botânica da dieta, ingestão de macronutrientes, micronutrientes antioxidantes, e sobre os níveis de marcadores de risco metabólico, durante intervenção nutricional com leve restrição calórica. Mulheres com sobrepeso/obesidade (n=22) foram aleatoriamente distribuídas em um estudo crossover, em dois períodos de cinco semanas, com uma semana de washout. Os critérios de inclusão foram: gênero feminino, IMC entre 25-35 kg/m2, idade entre 24 e 45 anos, ingestão regular de produto lácteo no desjejum e ausência da intenção em alterar o padrão de atividade física durante o período do estudo. Foram excluídas: gestantes, lactantes, mulheres menopausadas, histerectomizadas, etilistas e/ou tabagistas, portadoras de doenças crônicas e/ou endócrinas, que apresentassem alergia/intolerância a algum composto do produto, oscilações no peso corporal (>5% nos últimos dois meses), uso de estratégias para controle do peso corporal e uso de medicamentos específicos. Foram testadas duas intervenções: restrição calórica de 15% em relação ao EER, associada ao consumo de shake contendo RH (SRH) (intervenção RCRH) e restrição calórica associada ao consumo de shake controle (SC), sem RH (intervenção RC), ambos ingeridos em substituição ao desjejum. Os seguintes parâmetros foram avaliados: diversidade botânica da dieta, ingestão de antioxidantes, biomarcadores de inflamação, de estresse oxidativo, componentes da síndrome metabólica (SM), peso e distribuição de gordura corporal. Na intervenção RCRH observou-se 14 redução do índice HOMA-IR (-0,41±0,83; P = 0,03), do peso corporal (-0,77±1,35 kg; P=0,02), do IMC (-0,30±0,52 kg/m2; P=0,02), da gordura ginóide (-0,264 g; P=0,01), do perímetro da cintura (-2,54±2,74 cm; P=0,0003), aumento de HDL-c (0,08±0,15 mmol/L; P=0,04), além de maior consumo de vitamina E (1,9±3,2 mg; P=0,02). Na intervenção RC houve redução da peroxidação lipídica (MDA-HAE: -0,36±0,47 μM; P=0,005), do índice HOMA-IR (-0,35±0,82; P=0,02), além do peso corporal (-0,74±1,27 kg; P=0,01) e do IMC (- 0,27±0,51 kg/m2; P=0,02). Porém, verificou-se aumento do LDL-c (0,23±0,43 mmol/L; P=0,04) e colesterol total (0,38±0,64 mmol/L; P=0,01) e da pressão arterial (6,18±12,35 mmHg; P=0,03). Ambas as intervenções resultaram em aumento significativo da DB da dieta (P<0,05). Os efeitos da intervenção RCRH se sobrepuseram à restrição calórica isolada quanto à redução de gordura ginóide (0,264g vs. 0,015±0,3 g; P=0,003) e aumento da DB da dieta (3,9±2,87 vs. 1,13±2,45; P=0,001). Analisando em conjunto os efeitos fisiológicos gerais de ambas as intervenções, verificou-se que a RCRH atuou positivamente em dois parâmetros de risco da síndrome metabólica, reduzindo perímetro da cintura e elevando HDL- c, além de melhorar a qualidade da dieta ingerida. A intervenção RC, apesar de ter reduzido a peroxidação lipídica e o índice HOMA-IR, atuou negativamente em dois parâmetros de risco metabólicos, elevando LDL-c e a pressão arterial. Os resultados mostraram que a perda de peso corporal per si não garantiu na totalidade a redução do risco metabólico e que o produto, fonte de fitoquímicos, exerceu efeitos funcionais diferenciados por diminuir o tecido adiposo na região central, e consequentemente reduzir o risco de resistência insulínica. |