Herpetofauna da Serra do Brigadeiro, um remanescente de Mata Atlântica em Minas Gerais, sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Moura, Mário Ribeiro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biologia e Manejo animal
Mestrado em Biologia Animal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2247
Resumo: Neste trabalho são apresentados novos dados sobre a biologia e diversidade da herpetofauna na Serra do Brigadeiro, Mata Atlântica da região norte do complexo serrano da Mantiqueira, sudeste do Brasil. Destaca-se na região o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, uma unidade de conservação com aproximadamente 15 mil hectares nos municípios de Araponga, Divino, Ervália, Fervedouro, Miradouro, Muriaé, Pedra Bonita e Sericita, estado de Minas Gerais. Entre os capítulos abordados, são apresentados dados relacionados a biologia, história natural e distribuição geográfica de 98 espécies da herpetofauna, sendo 57 de anuros, um gimnofiono, nove lagartos, uma anfisbênia, 29 serpentes e um quelônio. É discutido o estado de conservação de espécies raras de anfíbios e répteis, fornecendo-se informações detalhadas sobre a distribuição geográfica daquelas espécies que constituem importantes registros zoogeográficos para a Serra do Brigadeiro. É relatada a ocorrência de comportamentos reprodutivos atípicos das pererecas Hyspiboas pardalis e Scinax luizotavioi, as quais em diversas ocasiões foram registradas utilizando bromélias como sítio reprodutivo. Destaca-se o encontro da cobra-cega Luetkenotyphlus brasiliensis, com apresentação de novos dados merísticos e morfométricos para esta última espécie, além de uma retratação histórica dos registros de sua ocorrência pela América do Sul. Ao final do trabalho são abordados tópicos relacionados à biologia da conservação, sobretudo a respeito do uso de zonas terrestres do entorno de ambientes aquáticos por anfíbios anuros. São discutidos os processos de movimentação, ocupação espacial e tempo de migração temporal para espécies de anuros associadas a serapilheira. Em especial para a rã Physalaemus feioi, verifica-se forte influência da distância a partir da margem da água na abundância de indivíduos machos adultos. Para as fêmeas adultas e juvenis, verifica-se que a ocupação mais uniforme das zonas terrestres, com estes indivíduos ocorrendo em áreas mais distantes dos corpos d água com relação aos machos. Espécies não associadas a ambientes lênticos, como aquelas pertecente a Proceratophrys spp., aparentemente utilizam as zonas terrestres do entorno de poças como áreas de refúgio, alimentação e/ou estivação. Constata-se que as metragens atualmente estabelecidas para a conservação das faixas terrestres no entorno de ambientes aquáticos lênticos são insuficientes para garantir a sobrevivência e manutenção da dinâmica populacional de P. feioi, e provavelmente de outras espécies com história de vida similar, como P. maximus e outros anuros de serapilheira.