Estratégias de manejo e experimentação participativa em quintais do assentamento Olga Benário, Visconde do Rio Branco-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Oliveira, Rodrigo Fernandes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/17667
Resumo: Os assentamentos rurais no Brasil são ações localizadas da reforma agrária para diminuir a desigualdade no campo, instituindo novas formas de organização do território. Essas áreas têm por objetivo reverter a situação histórica do país, no que se refere à concentração de terras, renda, e êxodo rural. Além de distribuir terras, a reforma agrária deve viabilizar a reprodução social das famílias assentadas com dignidade, soberania e segurança alimentar. Entretanto, esse processo apresenta vários desafios, no que diz respeito ao desenvolvimento da agricultura dentro dos assentamentos. Um deles se refere à constituição dessas áreas, já que as famílias assentadas têm origens diferentes, com a possibilidade de haver pouca experiência com a produção agrícola. Outra dificuldade importante de ser analisada é a situação ambiental dos assentamentos. Em sua maioria, eles são criados em locais com solos degradados e recursos hídricos escassos, como consequência do manejo intensivo nas antigas fazendas. Com o assentamento Olga Benário, localizado no município de Visconde do Rio Branco-MG, Zona da Mata Mineira, foi similar. Nesse, 30 famílias de origens diferentes residem em uma área que serviu por mais de um século à produção de cana-de-açucar em monocultura, o que provou a degradação de parte dos agroecossistemas locais. Apesar de possuírem a terra, esses agricultores assentados ainda passam por dificuldades, inclusive no que se refere às condições de degradação ambiental prévias da área e à falta de infra-estrutura produtiva. Diante deste cenário, este trabalho teve por objetivo identificar as potencialidades e as limitações das famílias assentadas no manejo de seus quintais. Para isto, utilizou-se da Pesquisa Participante e da Pesquisa-Ação junto aos agricultores, buscando compreender seus conhecimentos e investigar problemas práticos apresentados por eles. No primeiro momento, visitou-se 6 famílias do assentamento, para um levantamento das estratégias adotadas em seus quintais. No segundo momento, foram visitadas 2 famílias assentadas, que fizeram uma apresentação prévia de três problemas fitossanitários. Estes foram investigados através da experimentação participativa, com experimentos montados, monitorados, e avaliados nos quintais. Através das visitas, foi possível registrar 12 estratégias de manejo nos seis quintais. Dentre esses procedimentos, quatro são realizados especialmente no período seco, como forma de superar o déficit hídrico nos quintais. Foi possível perceber que as estratégias potencializam o uso dos recursos naturais disponíveis no assentamento, o que diminui a dependência dos agricultores em insumos e tecnologias externas. Isto promove a autonomia produtiva dessas famílias. Com a realização dos três experimentos, foi possível selecionar as ações de melhor eficácia. A investigação-ação contribuiu para orientar a equipe de pesquisa na resolução de problemas locais, e possibilitou o aperfeiçoamento da prática já realizada pelos agricultores em seus quintais.