Diversidade e estrutura genética de begomovírus em duas regiões produtoras de tomate do Sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Urquiza, Gloria Patricia Castillo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Etiologia; Epidemiologia; Controle
Doutorado em Fitopatologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1021
Resumo: A incidência de begomovírus em tomateiros no Brasil vem aumentando gradativamente desde meados da década de 1990, após a introdução do biótipo B da mosca-branca Bemisia tabaci. O inseto vetor teria transferido vírus nativos que infectam plantas silvestres ou daninhas para o tomateiro. Após um rápido processo evolutivo, novas espécies mais adaptadas ao novo hospedeiro passaram a predominar no campo. Atualmente, cinco espécies de begomovírus que infectam o tomateiro encontram-se caracterizadas, e seis espécies tentativas foram parcialmente caracterizadas. Este trabalho teve como objetivos determinar a diversidade e a estrutura genética de populações de begomovírus em tomateiro e em plantas daninhas em duas regiões produtoras da região Sudeste do Brasil, os municípios de Paty do Alferes (RJ) e Coimbra (MG). A estrutura genética de populações refere-se à quantidade de variabilidade genética e a sua distribuição dentro e entre subpopulações, refletindo a história evolutiva da população. Um total de 115 amostras de tomateiro foram coletadas em Paty do Alferes em maio de 2005. Em Coimbra, em julho de 2007, foram coletadas 17 amostras de tomateiro e 43 amostras de plantas daninhas. A partir de DNA extraído das amostras, os genomas de begomovírus foram clonados e completamente sequenciados. As seqüências foram comparadas com as de begomovírus previamente descritos, e foram realizadas análises filogenéticas e de determinação da estrutura genética das populações virais. Duas novas espécies virais em tomateiros foram detectadas em Paty do Alferes, três novas espécies nas plantas daninhas Blainvillea rhomboidea, Sida micrantha e S. rhombifolia, foram detectadas próximas a campos de tomateiro em Coimbra, e uma nova espécie presente em plantas de tomateiro nas duas localidades. As seis espécies virais possuem todas as características de begomovírus bissegmentados das Américas. Quatro das novas espécies (num total de 42 clones correspondentes a DNA-A) se agruparam com as demais espécies brasileiras na árvore filogenética. Entretanto, duas das novas espécies (num total de 27 clones correspondentes a DNA-A) foram agrupadas com vírus identificados no México e na América Central. Essas espécies podem pertencer a uma linhagem distinta de begomovírus, detectada no Brasil pela primeira vez. A análise da estrutura genética das populações de ToYVSV e ToCmMV indicou maior variabilidade genética em ToCmMV. Além disso, a comparação das subpopulações de Coimbra e Paty do Alferes do ToCmMV indica maior variabilidade em Coimbra. Considerando-se que a presença de begomovírus na região de Coimbra vem sendo constatada desde 2001, ao passo que em Paty do Alferes ocorreu apenas em 2005, os resultados obtidos são consistentes com a introdução recente das populações virais em Paty do Alferes, seguido de expansão populacional. Em Coimbra, o vírus e seu hospedeiro provavelmente estão co-evoluindo há mais tempo. Análises posteriores investigarão a existência de eventos de recombinação entre os diferentes vírus encontrados, bem como o relacionamento filogeográfico entre as espécies.