Avaliação do consumo crônico de leite e kefir sobre os níveis pressóricos, parâmetros bioquímicos e renais de ratos SHR (Spontaneously Hypertensive Rats) induzidos à síndrome metabólica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Gontijo, Luciana Nogueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2799
Resumo: Objetivo: Avaliar a influência do consumo crônico de leite e kefir sobre os níveis pressóricos, parâmetros bioquímicos e renais de ratos machos SHR induzidos à SM. Metodologia: Inoculou-se 5 g de grãos de kefir em 100 mL de leite de vaca pasteurizado com diferentes teores de lipídeos (5,5 % e 3,5 %), a 4 oC. As amostras foram incubadas em estufa a temperatura controlada de 25 + 2 oC, por 24 horas. Nessas amostras foram determinadas a umidade, o teor de cinzas, proteínas, carboidratos, lipídeos totais, o pH e a acidez. A determinação do perfil de ácidos graxos foi realizada por cromatografia gasosa, após extração, saponificação e esterificação. A contagem de bactérias lácticas e leveduras totais foi feita pelo método de plaqueamento em superfície, a partir de diluições decimais sucessivas das amostras. Foram utilizados 35 ratos machos SHR. Do 2o ao 7o dia de vida, os filhotes foram submetidos ao protocolo de indução da SM. Injeções subcutâneas foram administradas na região cervical, na concentração de 4 mg MSG/g de peso corporal. Após 12 semanas, para confirmação da SM, os animais foram submetidos à avaliação da pressão arterial, glicemia de jejum e à pesagem. Posteriormente, os animais foram subdivididos em cinco grupos: Leite A (leite com 5,5 % de lipídeo), Kefir A (kefir de leite com 5,5 % de lipídeo), Leite B (leite com 3,5 % de lipídeo), Kefir B (kefir de leite com 3,5 % lipídeo) e grupo controle (MSG+Sal). Em seguida, os animais foram transferidos para gaiolas individuais, passando a receber a dieta comercial e kefir (1 mL/animal) via gavagem, diariamente, por 10 semanas. O ganho de peso corporal e a ingestão alimentar dos animais foram registrados semanalmente. Ao final do período experimental, os animais foram dessensibilizados com isofluorano e eutanasiados com tiopental. O sangue foi coletado por punção na artéria aorta abdominal, e os rins foram removidos para análises. Colesterol total, fração HDL-colesterol e triglicerídeos foram determinados por meio do método enzimático colorimétrico. Para análise bioquímica da função renal, foram determinadas as concentrações de ureia, creatinina, microalbuminúria, sódio e potássio. Foram determinadas as atividades das enzimas catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD) e glutationa S-transferase (GSH) citosólica. Para análise histológica, os rins foram submetidos às etapas de fixação, desidratação, inclusão em parafina e, após a microtomia, corados com hematoxilina e eosina (HE). Resultados: A caracterização microbiológica do leite e do kefir evidenciou expressivo crescimento microbiano com o processo de fermentação: de aproximadamente cinco ciclos log para BAL e dois para leveduras. A umidade do Kefir A e do Kefir B foi maior do que a do Leite A ou Leite B. Com o processo de fermentação, houve redução dos teores de proteínas e lipídeos e elevação dos teores de ácido láctico, o que promoveu redução do pH do kefir. Observou-se redução de 17,5 % dos teores de carboidratos para o Kefir B e de apenas 2,3 % para o Kefir A. O perfil lipídico das amostras de leite e do kefir revelou a presença de 15 ácidos graxos. As amostras de kefir apresentaram níveis mais elevados para a maioria dos ácidos graxos (C8:0, C10:0, C12:0, C14:0, C16:0, C18:0, C18:1t, C18.1c &#969;9). As amostras de leite apresentaram maiores teores de ácidos graxos C20:2, C20:4, assim como os ácidos graxos essenciais linoleico (C18.2c &#969;6 Leite A) e &#945;-linolênico (C18.n3 &#969;3 Leite B). O consumo alimentar e o ganho de peso foram similares entre os grupos ao longo do período experimental. Contudo, o coeficiente de eficiência alimentar foi significativamente maior no grupo Kefir B (p<0,05). Ao final do período experimental, observou-se redução da PAS no grupo Leite B e elevação dos níveis de glicemia sanguínea nos grupos Leite A e Kefir A. Os níveis de colesterol total e HDL-colesterol apresentaram-se mais elevados no grupo controle (MSG+Sal). Os níveis de triglicerídeos, a concentração de creatinina plasmática e o clearance de creatinina não diferiram significativamente entre os grupos. A concentração de ureia plasmática foi maior no grupo Leite A e menor no grupo Leite B. Houve redução na concentração de microalbumina urinária nos grupos Leite A, Kefir A e Kefir B e aumento no grupo controle (MSG+Sal). A atividade da SOD foi maior nos grupos Leite B e Kefir B. O consumo de leite e kefir não influenciou significativamente a atividade da CAT. A excreção de Na+2 não diferiu entre o grupo controle e aqueles que consumiram leite e kefir, porém a excreção de K+ foi maior no grupo controle (MSG+Sal). Em relação à análise histológica dos rins, observou-se aumento significativo da área glomerular nos animais do grupo controle (MSG+Sal). Conclusão: O kefir apresentou características de um produto fermentado com potencial probiótico e considerando suas características nutricionais como baixo teor de lipídeos, controle da ingestão alimentar, ganho de peso e pressão arterial, e a não alteração nos parâmetros renais que evidenciasse quadro patológico, pode ser considerado um alimento adequado para o consumo, como parte de uma dieta saudável.